Um processo sem Kafka
O tempo tem corrido de forma irregular, mais fresco e por vezes chuvoso, como se não fosse Verão, como se as estações não existissem, como se a natureza se esquecesse de cumprir os ciclos a que nos habituou.
Mas os hábitos são isso mesmo: ou se vestem, se cumprem ou se esquecem.
Pelo sítio, ao que se ouve dizer, um cidadão ao mesmo tempo Primeiro Ministro, eleito pelo povo, ou melhor, escolhido pelo grupo eleito para governar, processou um indivíduo, e ao mesmo tempo, como cidadão, processou-o pelo mesmo motivo, (que desconheço qual seja), o que, para o caso, e pelo que eu penso, pouco interessa.
Portanto existe um processo a decorrer, em que um indivíduo processa outro, porque se sente ofendido, julgo eu, mas o indivíduo em questão consegue este milagre: desdobra-se em dois, um que desempenha um cargo por designação do Chefe de Estado e o outro, um indivíduo igual a todos os outros, digamos assim.
Perante o caso nunca entendi, o que vi há tempos na televisão: um indivíduo que se defendia mostrando documentos e argumentando com factos e coisas que teriam ocorrido muito antes de ser o que é hoje, ao nível do Estado, ficando eu, na dúvida se se defendia como cidadão ou como indivíduo responsável por um alto cargo. Uma pergunta surge simples, perante o facto: se fosse um cidadão comum, com direitos e deveres como os outros, dar-se-iam ao trabalho de o entrevistar para a referida caixinha mágica?
As dúvidas persistem e logo me pergunto, como na altura me perguntei, se aquilo era ficção ou realidade, digna de um romance de Kafka.
Se dois e dois são quatro e como a matemática de hoje não é a mesma que me ensinaram no tempo em que existia ensino oficial, segundo a minha pobre opinião, deveriam existir dois processos: um do cidadão assim definido como tal e outro, o do indivíduo designado para o cargo que desempenha como tal, pelo Chefe de Estado, porque não se confunda a votação no partido ou agremiação, com a votação no indivíduo.
Mas os hábitos são isso mesmo: ou se vestem, se cumprem ou se esquecem.
Pelo sítio, ao que se ouve dizer, um cidadão ao mesmo tempo Primeiro Ministro, eleito pelo povo, ou melhor, escolhido pelo grupo eleito para governar, processou um indivíduo, e ao mesmo tempo, como cidadão, processou-o pelo mesmo motivo, (que desconheço qual seja), o que, para o caso, e pelo que eu penso, pouco interessa.
Portanto existe um processo a decorrer, em que um indivíduo processa outro, porque se sente ofendido, julgo eu, mas o indivíduo em questão consegue este milagre: desdobra-se em dois, um que desempenha um cargo por designação do Chefe de Estado e o outro, um indivíduo igual a todos os outros, digamos assim.
Perante o caso nunca entendi, o que vi há tempos na televisão: um indivíduo que se defendia mostrando documentos e argumentando com factos e coisas que teriam ocorrido muito antes de ser o que é hoje, ao nível do Estado, ficando eu, na dúvida se se defendia como cidadão ou como indivíduo responsável por um alto cargo. Uma pergunta surge simples, perante o facto: se fosse um cidadão comum, com direitos e deveres como os outros, dar-se-iam ao trabalho de o entrevistar para a referida caixinha mágica?
As dúvidas persistem e logo me pergunto, como na altura me perguntei, se aquilo era ficção ou realidade, digna de um romance de Kafka.
Se dois e dois são quatro e como a matemática de hoje não é a mesma que me ensinaram no tempo em que existia ensino oficial, segundo a minha pobre opinião, deveriam existir dois processos: um do cidadão assim definido como tal e outro, o do indivíduo designado para o cargo que desempenha como tal, pelo Chefe de Estado, porque não se confunda a votação no partido ou agremiação, com a votação no indivíduo.
É claro que fica a dúvida porque não se sabe, nem se pode saber o que se passa, qualquer coisa de sagrado em linguagem do meio e segundo a liturgia do mesmo, coisa que tenho de respeitar.
Poderia apenas existir um dos dois processos ou até nenhum, mas isso é matéria que os acusadores deste Estado decerto sabem melhor que eu, pobre Toupeira e como não sei o que de facto existe, se existe, apenas me limito a especular, coisa que hoje, ao que parece, muita gente tem medo de fazer, utilizando um vocabulário e palavras que diziam arredado há muito, como censura e repressão, coisa que sendo sujeito muito novo, nunca conheci, porque isto da idade é assunto que me não interessa, até porque o tempo é contado de forma diferente, por nós toupeiras comuns.
Não tiro conclusões e nem as devo retirar, cada um tem cabeça e que a use como melhor queira e possa.
De um texto de John Sturt Mill, “ Sobre a Liberdade”:
“Ao fim e ao cabo, o valor do Estado é o valor dos indivíduos que o compõem, e um Estado que adia os interesses de expansão e elevação intelectual dos indivíduos por um pouco de capacidade administrativa, ou daquilo que a prática faz parecer-se com ela, nos pormenores das questões; um Estado que reduz os seus homens à condição de anões para que eles se tornem instrumentos mais dóceis nas suas mãos até mesmo para fins benéficos, em breve descobrirá que com homens vulgares nada de grandioso poderá, de facto, ser alcançado, e que a perfeição da maquinaria à qual tudo sacrificou não terá significado nada no fim, por falta da força vital que preferiu banir, para que a máquina pudesse funcionar melhor.”
Poderia apenas existir um dos dois processos ou até nenhum, mas isso é matéria que os acusadores deste Estado decerto sabem melhor que eu, pobre Toupeira e como não sei o que de facto existe, se existe, apenas me limito a especular, coisa que hoje, ao que parece, muita gente tem medo de fazer, utilizando um vocabulário e palavras que diziam arredado há muito, como censura e repressão, coisa que sendo sujeito muito novo, nunca conheci, porque isto da idade é assunto que me não interessa, até porque o tempo é contado de forma diferente, por nós toupeiras comuns.
Não tiro conclusões e nem as devo retirar, cada um tem cabeça e que a use como melhor queira e possa.
De um texto de John Sturt Mill, “ Sobre a Liberdade”:
“Ao fim e ao cabo, o valor do Estado é o valor dos indivíduos que o compõem, e um Estado que adia os interesses de expansão e elevação intelectual dos indivíduos por um pouco de capacidade administrativa, ou daquilo que a prática faz parecer-se com ela, nos pormenores das questões; um Estado que reduz os seus homens à condição de anões para que eles se tornem instrumentos mais dóceis nas suas mãos até mesmo para fins benéficos, em breve descobrirá que com homens vulgares nada de grandioso poderá, de facto, ser alcançado, e que a perfeição da maquinaria à qual tudo sacrificou não terá significado nada no fim, por falta da força vital que preferiu banir, para que a máquina pudesse funcionar melhor.”
1 Comments:
As amplas liberdades apoiadas por mon Ami Soarez, desde que as diatribes sejam feitas pelos aliados de ocasião, porque Soares não tem amigos.
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