Joana.
"Uma das decisões do trio de investigadores que seguiu de Lisboa foi voltar à casa de Joana. Com a certeza de que se tratava de um homicídio, levaram especialistas forenses para recolher vestígios biológicos e procurar indícios de sangue e sémen.
As descobertas deixaram-nos empolgados, mas a primeira estava à vista de todos. Dentro de casa estavam as chinelas que a mãe disse que Joana usava quando desapareceu. Uma debaixo de um sofá, perto do sítio onde terá sido morta, e a outro estava junto do restante calçado da menina.
As restantes descobertas foram feitas ao estilo CSI. Com uma lâmpada ultravioleta encontraram marcas de uma face, perto da porta, «a cerca de metro e meio do chão». Mais a cima, à direita, marcas de uma pequena mão e à esquerda, mais abaixo, outra mão, que deslizou até ao rodapé. «Este terá sido o último movimento de Joana». Todos estes indícios corroboram a versão contada pelo tio. No exterior, na ombreira da porta, mais marcas de mãos mostram que a menina tentou fugir, mas foi agarrada, situação que o tio também descreveu.
No sofá, onde João disse que estava a ter relações com Leonor quando Joana entrou, não havia vestígios biológicos. Mas uma das pernas do sofá tinha vestígios de sangue.
Já no quarto de Joana, a luz ultravioleta encontrou algo. Havia duas camas, uma onde dormia Carlos, um amigo do padrasto da menina e outra onde dormia Joana, que ficava junto à parede. Na coberta da cama de Joana e no colchão foram encontrados vestígios que os investigadores suspeitam que sejam de esperma, assim como na parede que ficava ao lado da cama.
Nas gavetas apenas encontraram apenas um par de cuecas da menina, o que causou estranheza aos investigadores. Nesta peça de roupa interior havia vestígios biológicos.
Também na arca frigorífica, onde o tio disse que meteu o corpo da Joana, havia sangue. E até os «carraços» que surgiram lá em casa depois de a menina desaparecer foram enviados para análise. A expectativa era grande.
Do laboratório veio a desilusão e um novo mistério
Não foi possível retirar ADN do sangue recolhido nos vários locais da casa e por isso, não conseguiram confirmar que fosse de Joana. Apenas a amostra que estava na perna do sofá foi identificada. O material genético mostrava ser de um descendente de Leonor, mas não era de Joana, nem dos irmãos que viviam lá em casa, nem da irmã que vivia longe. Teria Leonor mais filhos? Os investigadores nunca chegaram a saber.
O material biológico que estava na cama da menina e que a PJ suspeita que fosse sémen não foi identificado. O das cuecas da menina era sangue, mas não se sabe de quem.
Acusação de tortura
Durante o interrogatório Leonor pensa que Leandro confessou o que aconteceu à menina e confessa o que fizeram ao corpo. No final, vira-se para uma fotografia da filha, que estava colada na parede, e pede-lhe desculpa. Descontrolada, diz-lhe que não a vão prender e que vai matar-se.
Ainda o investigador estava a fazer o relatório deste interrogatório quando ouve gritos. Nervosos, os colegas contam-lhe que Leonor se atirou pelas escadas. Tentou matar-se. Bateu com a nuca e ficou ferida, mas, mesmo assim, levantou-se e pediu desculpa à PJ. Depois de a levarem ao médico, que recomendou que ficasse deitada «para que o sangue pisado não descesse para os olhos», entregaram-na na prisão.
No dia seguinte um telefonema anónimo avisa-os de que na prisão estão a tentar convencer Leonor a dizer que foi agredida pela PJ. Uns dias mais tarde, a directora da prisão envia uma carta com fotografias de Leonor para o Director Nacional da polícia. Diz que ela foi agredida pelos investigadores.
A carta de uma reclusa identificada contradiz esta versão. Diz que Leonor sempre disse que caiu das escadas. Só após uma reunião com a directora da prisão é que começou a contar que foi agredida na PJ e dizia que ia receber uma indemnização. Mais tarde, o MP acusou três investigadores de tortura."
As descobertas deixaram-nos empolgados, mas a primeira estava à vista de todos. Dentro de casa estavam as chinelas que a mãe disse que Joana usava quando desapareceu. Uma debaixo de um sofá, perto do sítio onde terá sido morta, e a outro estava junto do restante calçado da menina.
As restantes descobertas foram feitas ao estilo CSI. Com uma lâmpada ultravioleta encontraram marcas de uma face, perto da porta, «a cerca de metro e meio do chão». Mais a cima, à direita, marcas de uma pequena mão e à esquerda, mais abaixo, outra mão, que deslizou até ao rodapé. «Este terá sido o último movimento de Joana». Todos estes indícios corroboram a versão contada pelo tio. No exterior, na ombreira da porta, mais marcas de mãos mostram que a menina tentou fugir, mas foi agarrada, situação que o tio também descreveu.
No sofá, onde João disse que estava a ter relações com Leonor quando Joana entrou, não havia vestígios biológicos. Mas uma das pernas do sofá tinha vestígios de sangue.
Já no quarto de Joana, a luz ultravioleta encontrou algo. Havia duas camas, uma onde dormia Carlos, um amigo do padrasto da menina e outra onde dormia Joana, que ficava junto à parede. Na coberta da cama de Joana e no colchão foram encontrados vestígios que os investigadores suspeitam que sejam de esperma, assim como na parede que ficava ao lado da cama.
Nas gavetas apenas encontraram apenas um par de cuecas da menina, o que causou estranheza aos investigadores. Nesta peça de roupa interior havia vestígios biológicos.
Também na arca frigorífica, onde o tio disse que meteu o corpo da Joana, havia sangue. E até os «carraços» que surgiram lá em casa depois de a menina desaparecer foram enviados para análise. A expectativa era grande.
Do laboratório veio a desilusão e um novo mistério
Não foi possível retirar ADN do sangue recolhido nos vários locais da casa e por isso, não conseguiram confirmar que fosse de Joana. Apenas a amostra que estava na perna do sofá foi identificada. O material genético mostrava ser de um descendente de Leonor, mas não era de Joana, nem dos irmãos que viviam lá em casa, nem da irmã que vivia longe. Teria Leonor mais filhos? Os investigadores nunca chegaram a saber.
O material biológico que estava na cama da menina e que a PJ suspeita que fosse sémen não foi identificado. O das cuecas da menina era sangue, mas não se sabe de quem.
Acusação de tortura
Durante o interrogatório Leonor pensa que Leandro confessou o que aconteceu à menina e confessa o que fizeram ao corpo. No final, vira-se para uma fotografia da filha, que estava colada na parede, e pede-lhe desculpa. Descontrolada, diz-lhe que não a vão prender e que vai matar-se.
Ainda o investigador estava a fazer o relatório deste interrogatório quando ouve gritos. Nervosos, os colegas contam-lhe que Leonor se atirou pelas escadas. Tentou matar-se. Bateu com a nuca e ficou ferida, mas, mesmo assim, levantou-se e pediu desculpa à PJ. Depois de a levarem ao médico, que recomendou que ficasse deitada «para que o sangue pisado não descesse para os olhos», entregaram-na na prisão.
No dia seguinte um telefonema anónimo avisa-os de que na prisão estão a tentar convencer Leonor a dizer que foi agredida pela PJ. Uns dias mais tarde, a directora da prisão envia uma carta com fotografias de Leonor para o Director Nacional da polícia. Diz que ela foi agredida pelos investigadores.
A carta de uma reclusa identificada contradiz esta versão. Diz que Leonor sempre disse que caiu das escadas. Só após uma reunião com a directora da prisão é que começou a contar que foi agredida na PJ e dizia que ia receber uma indemnização. Mais tarde, o MP acusou três investigadores de tortura."
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