segunda-feira, outubro 08, 2007

Os portugueses e o Euromilhões.

"Há duas formas de olhar para o facto de os portugueses serem quem mais aposta no Euromilhões. Uma social e uma outra económica. Na perspectiva social, apontam-se os baixos rendimentos das famílias e a subida do custo de vida como as principais razões que levam Portugal a ter o recorde de investimento per capita (1,66 euros por semana) neste jogo: perante a pobreza, subsiste o sonho de equilibrar as finanças num rasgo de sorte. Na perspectiva económica, a culpa é imputada à atitude da maioria dos portugueses perante o trabalho, que nos coloca na cauda dos rankings de produtividade europeus: opta-se pela solução mais fácil achando sempre que uma entidade superior, regra geral o Estado - neste caso é mesmo a Santa Casa da Misericórdia -, resolverá os problemas.

No fundo, trata-se de um ciclo vicioso que Portugal não consegue quebrar. A falta de investimento dos portugueses no emprego e na formação causa pobreza. Os baixos ordenados e as más condições de trabalho levam a este desinvestimento. Mas como a sorte, já se sabe, dá igualmente muito trabalho e também não chega para todos, a aposta certa é mesmo no emprego. Da parte do Governo e dos cidadãos
."

Editorial do DN
Tendo em conta alguns pequenos pormenores como os licenciados representarem já mais de um décimo da população sem trabalho e a qualidade do trabalhador não ser sinónimo de evolução laboral / monetária mas sim a cunha ou os negócios ilícitos, é perfeitamente natural que os portugueses encontrem num jogo de sorte e azar a porta de salvação num país que os asfixia com impostos e pouca ou nenhuma qualidade de vida.

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