Terrorista
"Nos últimos três anos, nas imediações da Praça da Batalha, Porto, nas barbas de uma esquadra da PSP, um barbeiro argelino escanhoou incautos cidadãos por cujas cabeças - para além dos pentes e das tesouras do barbeiro - não passava nem a sombra da mais ténue desconfiança.
O “mouro” decorara a barbearia com artigos do FCP pelo que terá ganho o crédito da vizinhança e afastado quaisquer suspeitas derivadas da sua origem. E, afinal, estaria ali não apenas um “mouro” mas um terrorista, dos verdadeiros, com ligações ao próprio Bin Laden e tudo. Imagine-se a cena: um terrorista, de navalha em riste, escanhoando o pescoço de um desprecatado cidadão do Porto! Causa arrepios. E, no entanto, ao fim de três anos, o magrebino só merecia elogios por parte da vizinhança.
Os jornais que correram a ouvir os clientes e vizinhos do barbeiro argelino só registaram encómios: era pacato, educado, sociável e profissionalmente competente, “apesar do aspecto muçulmano”, como salientou um dos inquiridos. Vivia com a mulher e uma filha já nascida em Portugal, frequentava o café fronteiro à barbearia, onde bebia cimbalinos uns atrás dos outros, e nada no seu comportamento e relacionamento deixaria prever que se escondia ali um fundamentalista capaz de deitar abaixo um par de torres gémeas. A verdade é que, segundo o teor de um mandado do Ministério Público italiano, o argelino teria feito parte do Grupo Salafista pela Pregação e Combate e recrutaria, no Porto e em particular na Batalha, potenciais suicidas para actuarem no Afeganistão e no Iraque.
Pelo sim, pelo não, o melhor é tratar da barba e cabelo em casa. Sabe-se lá que salafista se esconde por detrás de um ar pacato e do fio de uma navalha."
João Paulo Guerra
O “mouro” decorara a barbearia com artigos do FCP pelo que terá ganho o crédito da vizinhança e afastado quaisquer suspeitas derivadas da sua origem. E, afinal, estaria ali não apenas um “mouro” mas um terrorista, dos verdadeiros, com ligações ao próprio Bin Laden e tudo. Imagine-se a cena: um terrorista, de navalha em riste, escanhoando o pescoço de um desprecatado cidadão do Porto! Causa arrepios. E, no entanto, ao fim de três anos, o magrebino só merecia elogios por parte da vizinhança.
Os jornais que correram a ouvir os clientes e vizinhos do barbeiro argelino só registaram encómios: era pacato, educado, sociável e profissionalmente competente, “apesar do aspecto muçulmano”, como salientou um dos inquiridos. Vivia com a mulher e uma filha já nascida em Portugal, frequentava o café fronteiro à barbearia, onde bebia cimbalinos uns atrás dos outros, e nada no seu comportamento e relacionamento deixaria prever que se escondia ali um fundamentalista capaz de deitar abaixo um par de torres gémeas. A verdade é que, segundo o teor de um mandado do Ministério Público italiano, o argelino teria feito parte do Grupo Salafista pela Pregação e Combate e recrutaria, no Porto e em particular na Batalha, potenciais suicidas para actuarem no Afeganistão e no Iraque.
Pelo sim, pelo não, o melhor é tratar da barba e cabelo em casa. Sabe-se lá que salafista se esconde por detrás de um ar pacato e do fio de uma navalha."
João Paulo Guerra
1 Comments:
Rua Cimo de Vila ?! Que saudades !
Muitas tascas e petiscos.
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