A alta criminalidade veio mesmo para ficar

"Portugal enfrenta, definitivamente, uma onda de criminalidade preocupante. Homicídios encomendados, vinganças a troco de vidas, assaltos cada vez mais violentos e ontem até um atentado à bomba, detonada por telemóvel. O crime junto ao Bar Avião, em Lisboa, comprova da pior maneira até onde já se sentem à vontade e estão dispostos a ir os que vivem no submundo da criminalidade.

A vítima de ontem era dono de uma bar de striptease, mas era também testemunha de acusação do caso Passerelle. Os advogados dos arguidos já fizeram questão de sublinhar que "é abusivo estabelecer uma relação" entre as duas situações. Mas, por coincidência ou não, com importância ou não, a verdade é que essa relação existe. E, até que se prove a cem por cento o contrário, as dúvidas são legítimas.

Poderá dizer-se que nada do que tem acontecido por cá é novo, que outros países convivem com tudo isto há muito mais tempo, que as estatísticas até nos são favoráveis, etc., etc. Certo é que há portugueses a ser assassinados de formas pouco habituais e com uma regularidade que impõe a intervenção dos responsáveis políticos e das forças de segurança.

O silêncio e a ausência de um sinal tranquilizador daqueles a quem está confiada a segurança interna do País apenas alimentam as dúvidas e os medos dos cidadãos, sobretudo dos que têm de circular de noite ou dos que vivem paredes meias com vizinhos problemáticos (mais aqui)."