quinta-feira, dezembro 13, 2007

A ponta do iceberg

"Há um submundo de criminalidade complexa que pouco a pouco vai emergindo aos olhos do cidadão comum, fazendo adensar o sentimento de insegurança e de medo face ao grau de violência dos actos e dos processos praticados.

Um sentimento de insegurança construído em cima de realidades com dimensão nacional e da falta de capacidade operacional demonstrada pelos poderes públicos para combaterem a situação. Não são os discursos que nos atenuam o medo. Mas são os actos e as omissões que nos agravam a insegurança. Entre outros, a ausência de políticas de integração de imigrantes, o aumento do desemprego, a construção de guetos sociais nas costas das cidades, quais barris de pólvora prestes a explodir, a proliferação da segurança privada num misto de ausência de força do Estado e de necessidade de ostentar um certo poder, o desfalque de meios materiais e humanos das polícias, uma revisão, no mínimo, polémica do Código de Processo Penal,

Tudo isto com manifestação acentuada no diferencial, cada vez maior, entre os processos utilizados para a prática de crimes e os meios de combate aos mesmos.

A verdade é que enquanto uns, os ladrões, andam por aí a fazer uso dos instrumentos que lhes garantem operacionalidade, os outros, os polícias, estão à porta do Ministério da Administração Interna a dizer que a falta de instrumentos lhes dita a inoperacionalidade
."

Rita Marques Guedes

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