sábado, maio 24, 2008

Governo com paredes de vidro

"Sócrates é o símbolo do Portugal positivo, o “prozac” da Nação e um político que se poupa ao bruto choque da realidade.

O Governo prepara-se para mudar de sexo, do pai severo à mãe extremosa. Mas eis que alguém repara que existe um elefante no meio da sala – a crise económica. A ficção que o Governo criou foi simplesmente demolida pela realidade dos factos. Com o desemprego em 7.6% da população activa (cerca de 400 mil pessoas sem emprego), com um crescimento revisto em baixa para 1.5% (a previsão apontava para 2.2%), com a inflacção a tocar os 2.6% (contra os 2.1% previstos), com tal cenário já não é possível falar no milagre económico socialista. Recorde-se ainda que os portugueses entregam ao Estado, ao abrigo de uma insaciável carga fiscal, o equivalente a 139 dias de trabalho. Que retrato surge de Portugal? Um país sufocado por impostos, pobre entre ricos e que vive na ilusão de um desenvolvimento sempre adiado.

Mas a questão do desenvolvimento, ou da modernização, merece um breve comentário. Em Portugal, o desenvolvimento é sempre apresentado como se fosse um estado final. A razão para esta percepção reside numa mentalidade estática e numa visão estatista, em que a riqueza se adquire num momento preciso e para todo o sempre. No meio de tanta originalidade, o Governo de Sócrates não foge a esta regra. E por isso anunciou a bonança antes de tempo e tentou convencer os portugueses da natureza providencial da política do Executivo. Enquanto não se entender que a modernização é um processo longo e contínuo, que a produção de riqueza é uma actividade volátil e com riscos, Portugal estará condenado a uma economia bipolar, constantemente afectada por ciclos de euforia e depressão.

E perante a crise, o Governo apresenta-se estranhamente sem respostas. Regressado da Venezuela, o primeiro-ministro fala em “previsões realistas” e quase que pergunta surpreendido – Crise? Qual crise? Aliás, refira-se o talento político de um primeiro-ministro que desaparece sempre em tempos de crise. Sócrates é o símbolo do Portugal positivo, o prozac da Nação, logo deve ser poupado ao violento choque da realidade. Depois, quando o preço dos combustíveis sobe de forma alucinante, o ministro da Economia declara-se “preocupado” e manda investigar o mecanismo de formação dos preços. Finalmente, e em tempo de escassez alimentar, o Ministério da Agricultura revela ao País que o diospiro, o figo e o kiwi são “investimentos estratégios” com direito a financiamento público. Existe sempre uma dimensão cómica no cerne da impotência política
."

Carlos Marques de Almeida

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O "governo", com o mentiroso à cabeça, têm tomado as melhores medidas para acabar com a pobreza neste país. NÃO ACREDITAM? Olhem que o governo tem baixado drasticamente os impostos,a começar nos combustíveis, já criou 106 000 postos de trabalho, até porque o número de funcionários públicos tem vindo a aumentar e ninguém será despedido até porque estão a criar uma rede de urgências em todo o país, bem como escolas em todas as aldeias, daí que a monstrenga na educação não seja demitida, para poder levar esta inadiável tarefa até ao fim. O número de subsidiados por desemprego caíu fortemente, devido à redução da taxa de desemprego. Os portugueses que em anos anteriores tiveram que emigrar estão todos a regressar ao país. Um tal governo, que só fala verdade aos portugueses, está a ser levado tão a sério, que já tem garantida uma nova maiora em 2009. Como é que podemos acreditar na patranha que nos querem vender a partir do estrangeiro? Nós cá é que sabemos como vivemos bem. Estamos muito agradecidos ao SAMPAIO. É verdade, alguém o viu por aí?

domingo, maio 25, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Socrates é um grande manhoso. Se as coisas estivessem a correr bem, aparecia todos os dias e a várias horas com gabarolices, mas como isto está muito feio, ele refugia-se nas tábuas!Não tem nada para alegrar os socialistas, porque a mim, canta bem mas não me alegra! Estão calados, porque ele e o Teixeira estão a ver que já não têm muito por onde lançar as redes e às pessoas a quem eles têm metido, demais, a mão no bolso, daqui a pouco terão que lhes dar um subsídio ou comecerão a não ter dinheiro para pagar os empréstimos para a habitação e irão pedir comer às Instituições de Solaridade Social! Assim, qualquer Governo reles, deminuiria o défice. Não é nenhuma competência, mas sim um descaramento!

domingo, maio 25, 2008  

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