Posse e fracasso
"Informalmente, há muito que Rui Costa já havia sido afirmado como director desportivo do Benfica.
Formalmente, Luís Filipe Vieira “deu posse” a Rui Costa no “prime time” das televisões.
Vieira não resistiu, mais uma vez, a teorizar sobre o optimismo. É optimista quem acredita na pedagogia, e quem escreve os discursos presidenciais não consegue nem defender o presidente de um protagonismo demasiado primário nem cumprir o seu dever de “utilidade invisível”.
Preocupante a confissão de Vieira segundo a qual não é fácil arranjar soluções.
Claro que não. Não é fácil consumar com êxito operações de salvamento, apagar incêndios reais, como não são fáceis determinado tipo de cirurgias médicas ou ter êxito nas investigações criminais. Como não é fácil ser livre num país atolado em dependências.
O êxito no futebol, como em tudo, deve fazer-se de competências. Contratar um treinador não pode ser entendido como algo muito próximo do sobrenaturalismo. As imagens da bonita despedida de Rui Costa como jogador ficam para sempre, mas as expectativas colocadas nas funções para as quais foi seduzido (sem abdicar de ser sedutor) são agora o tema principal.
Não poderia começar pior o envolvimento de Rui Costa numa acção que, para a sua imagem e para o Benfica, estava proibida de fracassar – o processo de contratação de Eriksson.
Confessei, nestas colunas, que um eventual inêxito da operação – considerando a forma como foi encetada, não custando apenas os milhares de euros do fretamento do avião – seria um sinal de amadorismo. Pior a emenda que o soneto: dar a ideia de que, afinal, foi o Benfica que se desembaraçou do sueco. Isto continua a ser uma parvónia, mas convém não abusar.
O fracasso coloca, agora, a próxima opção, no mínimo, como terceira escolha, se não levarmos muito a sério a declaração de Rui Costa segundo a qual Eriksson era apenas uma de várias soluções para o Benfica.
Segundo Vieira, não faltará apoio ao “comandante do navio”. O problema é só mesmo essa minudência do icebergue."
Rui Santos
Formalmente, Luís Filipe Vieira “deu posse” a Rui Costa no “prime time” das televisões.
Vieira não resistiu, mais uma vez, a teorizar sobre o optimismo. É optimista quem acredita na pedagogia, e quem escreve os discursos presidenciais não consegue nem defender o presidente de um protagonismo demasiado primário nem cumprir o seu dever de “utilidade invisível”.
Preocupante a confissão de Vieira segundo a qual não é fácil arranjar soluções.
Claro que não. Não é fácil consumar com êxito operações de salvamento, apagar incêndios reais, como não são fáceis determinado tipo de cirurgias médicas ou ter êxito nas investigações criminais. Como não é fácil ser livre num país atolado em dependências.
O êxito no futebol, como em tudo, deve fazer-se de competências. Contratar um treinador não pode ser entendido como algo muito próximo do sobrenaturalismo. As imagens da bonita despedida de Rui Costa como jogador ficam para sempre, mas as expectativas colocadas nas funções para as quais foi seduzido (sem abdicar de ser sedutor) são agora o tema principal.
Não poderia começar pior o envolvimento de Rui Costa numa acção que, para a sua imagem e para o Benfica, estava proibida de fracassar – o processo de contratação de Eriksson.
Confessei, nestas colunas, que um eventual inêxito da operação – considerando a forma como foi encetada, não custando apenas os milhares de euros do fretamento do avião – seria um sinal de amadorismo. Pior a emenda que o soneto: dar a ideia de que, afinal, foi o Benfica que se desembaraçou do sueco. Isto continua a ser uma parvónia, mas convém não abusar.
O fracasso coloca, agora, a próxima opção, no mínimo, como terceira escolha, se não levarmos muito a sério a declaração de Rui Costa segundo a qual Eriksson era apenas uma de várias soluções para o Benfica.
Segundo Vieira, não faltará apoio ao “comandante do navio”. O problema é só mesmo essa minudência do icebergue."
Rui Santos
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