Suspeita.
"João Cravinho assumiu, ainda como deputado do PS, a iniciativa de desencadear um processo legislativo de prevenção e combate à corrupção.
Em que foi Cravinho mexer! Não foi preciso que a legislação sugerida por Cravinho chegasse às oposições, para que eventualmente a rejeitassem. O próprio PS, pelo respectivo Grupo Parlamentar, se encarregou de desmantelar à nascença a arquitectura traçada por Cravinho, substituindo cada peça pela sua própria perversão. E assim nasceu um mamarracho legislativo do qual os corruptos se devem rir às gargalhadas, enquanto a economia paralela progride e os sinais exteriores de riqueza engordam a olhos vistos.
Parecia que o assunto estava arrumado. Apenas o topo da hierarquia do Ministério Público se manifestava, aqui e ali, contra as teias em que as leis andam a enredar o alegado combate à corrupção, no que era prontamente desautorizada pelo poder político. Mas eis que Cravinho abriu a boca e desencadeou uma tempestade.
Disse o ex-deputado: primeiro, que a grande corrupção se considera impune e age em conformidade; segundo, que a legislação anti-corrupção não tem cereja em cima do bolo, nem cereja, nem mesmo bolo. O líder parlamentar do PS não perdeu tempo. Respondeu que o seu partido não recebe lições nesta matéria e menos ainda de quem deixou a meio o combate à corrupção. Uma galegada! Porque o PS sabe muito bem que Cravinho não deixou o combate a meio. Foi o PS que o empurrou pela borda fora, para uma prateleira dourada da Europa muito apropriada para gente incómoda. Comentando a polémica, o fiscalista Saldanha Sanches disse que a maioria PS tem em relação à corrupção “uma inépcia altamente suspeita”. Ou será uma eficácia suspeitosamente alta?"
João Paulo Guerra
Em que foi Cravinho mexer! Não foi preciso que a legislação sugerida por Cravinho chegasse às oposições, para que eventualmente a rejeitassem. O próprio PS, pelo respectivo Grupo Parlamentar, se encarregou de desmantelar à nascença a arquitectura traçada por Cravinho, substituindo cada peça pela sua própria perversão. E assim nasceu um mamarracho legislativo do qual os corruptos se devem rir às gargalhadas, enquanto a economia paralela progride e os sinais exteriores de riqueza engordam a olhos vistos.
Parecia que o assunto estava arrumado. Apenas o topo da hierarquia do Ministério Público se manifestava, aqui e ali, contra as teias em que as leis andam a enredar o alegado combate à corrupção, no que era prontamente desautorizada pelo poder político. Mas eis que Cravinho abriu a boca e desencadeou uma tempestade.
Disse o ex-deputado: primeiro, que a grande corrupção se considera impune e age em conformidade; segundo, que a legislação anti-corrupção não tem cereja em cima do bolo, nem cereja, nem mesmo bolo. O líder parlamentar do PS não perdeu tempo. Respondeu que o seu partido não recebe lições nesta matéria e menos ainda de quem deixou a meio o combate à corrupção. Uma galegada! Porque o PS sabe muito bem que Cravinho não deixou o combate a meio. Foi o PS que o empurrou pela borda fora, para uma prateleira dourada da Europa muito apropriada para gente incómoda. Comentando a polémica, o fiscalista Saldanha Sanches disse que a maioria PS tem em relação à corrupção “uma inépcia altamente suspeita”. Ou será uma eficácia suspeitosamente alta?"
João Paulo Guerra
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