Embuste
"O líder do PS Açores e do Governo Regional declarou que a introdução de taxas moderadoras num serviço tendencialmente gratuito representaria “um embuste”.
Representaria mas não representa, porque os Açores não aplicam taxas moderadoras. O “embuste”, no entanto, é prática instituída no Continente e foi agravada com a invenção do actual Governo de taxar as urgências, cirurgias e internamentos. Aliás, sem qualquer vantagem para a saúde financeira do SNS, como já foi reconhecido. Foi só para castigar os doentes.
Já aqui escrevi, a propósito de outro exemplo, que entre os Açores e o Continente, governados pelo mesmo partido, se vive sob certos aspectos em regime de “um país, um partido, dois sistemas”. Mas as palavras de Carlos César sobre o “embuste” levantam outras questões.
A Constituição da República é um verbo-de-encher que poucos respeitam e quase ninguém faz respeitar. O carácter tendencialmente gratuito do SNS, taxado e sobretaxado por sucessivos governos, é comparável a outros direitos sociais com consagração constitucional que as leis ordinárias contrariam e violam a toda a hora. Ou será que:
– É garantida aos trabalhadores a segurança no emprego?
– Todos os trabalhadores têm direito à retribuição do trabalho de forma a garantir uma existência condigna?
– Todos têm direito, para si e para a sua família, a uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto?
– Todos têm direito ao ensino com garantia do direito à igualdade de oportunidades de acesso e êxito escolar?
– Os jovens gozam de protecção especial para efectivação dos seus direitos nomeadamente no acesso ao primeiro emprego?
– A organização económico-social assenta na subordinação do poder económico ao poder político democrático?
Ou tudo isto não passa de uma sucessão de embustes?"
João Paulo Guerra
Representaria mas não representa, porque os Açores não aplicam taxas moderadoras. O “embuste”, no entanto, é prática instituída no Continente e foi agravada com a invenção do actual Governo de taxar as urgências, cirurgias e internamentos. Aliás, sem qualquer vantagem para a saúde financeira do SNS, como já foi reconhecido. Foi só para castigar os doentes.
Já aqui escrevi, a propósito de outro exemplo, que entre os Açores e o Continente, governados pelo mesmo partido, se vive sob certos aspectos em regime de “um país, um partido, dois sistemas”. Mas as palavras de Carlos César sobre o “embuste” levantam outras questões.
A Constituição da República é um verbo-de-encher que poucos respeitam e quase ninguém faz respeitar. O carácter tendencialmente gratuito do SNS, taxado e sobretaxado por sucessivos governos, é comparável a outros direitos sociais com consagração constitucional que as leis ordinárias contrariam e violam a toda a hora. Ou será que:
– É garantida aos trabalhadores a segurança no emprego?
– Todos os trabalhadores têm direito à retribuição do trabalho de forma a garantir uma existência condigna?
– Todos têm direito, para si e para a sua família, a uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto?
– Todos têm direito ao ensino com garantia do direito à igualdade de oportunidades de acesso e êxito escolar?
– Os jovens gozam de protecção especial para efectivação dos seus direitos nomeadamente no acesso ao primeiro emprego?
– A organização económico-social assenta na subordinação do poder económico ao poder político democrático?
Ou tudo isto não passa de uma sucessão de embustes?"
João Paulo Guerra
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