Mendigar segurança
“A segurança do juiz não pode ser vista como uma esmola que o Governo dá, como um favor que presta”
Os juízes consentiram que este Governo os tratasse a pão e água, clamando e mendigando sempre por melhores condições de trabalho. De forma envergonhada, lá iam pedindo essas condições, sempre com medo de incomodar quem decide. Raramente souberam ser ouvidos com eficácia.
Os juízes consentiram que este Governo os tratasse a pão e água, clamando e mendigando sempre por melhores condições de trabalho. De forma envergonhada, lá iam pedindo essas condições, sempre com medo de incomodar quem decide. Raramente souberam ser ouvidos com eficácia.
Mas é preciso dizer ‘basta’ no que toca à sua segurança.
O juiz não tem de andar a mendigar a sua segurança ao Governo.
Vem isto a propósito da anunciada decisão da direcção da PSP de pretender retirar protecção ao juiz Carlos Alexandre,o único juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal, onde estão os processos mais ‘quentes’ da Justiça portuguesa, como a ‘Operação Furacão’, Portucale, Freeport, submarinos e BPN, todos envolvendo ‘gente graúda’.
A segurança do juiz não pode ser vista como uma esmola que o Governo dá, como um favor que presta.
Vem isto a propósito da anunciada decisão da direcção da PSP de pretender retirar protecção ao juiz Carlos Alexandre,o único juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal, onde estão os processos mais ‘quentes’ da Justiça portuguesa, como a ‘Operação Furacão’, Portucale, Freeport, submarinos e BPN, todos envolvendo ‘gente graúda’.
A segurança do juiz não pode ser vista como uma esmola que o Governo dá, como um favor que presta.
É um direito do juiz que dela necessita e uma obrigação do Governo, quando ela, concretamente, se justifique.
Portugal não tem uma legislação específica e coerente de normatização de um plano estratégico de protecção e assistência aos juízes colocados em situação de risco.
É uma omissão grave que precisa de ser suprida, não só em função do incremento do crime organizado, mas também devido ao aumento da insegurança que se tem registado nos tribunais. Na verdade, os tribunais são terra de ninguém.
Toda a gente entra e sai, se quiser armado, e com o seu processo debaixo do braço.
São necessárias medidas sólidas que garantam a segurança pessoal do juiz que dela necessita.
São necessárias medidas sólidas que garantam a segurança pessoal do juiz que dela necessita.
O grupo de avaliação de risco de segurança, criado pela PSP para magistrados, não pode ter uma visão parcial e tão desajustada. Ao que sei, a segurança ao juiz Carlos Alexandre foi concedida, sobretudo, em consequência dos falados processos que afinal ainda estão sob a sua tutela.
Nada mudou, a não ser a errada avaliação que conduziu a esta insensata decisão.
Se a este juiz não se justifica segurança, a quem mais se justifica?
Outros têm segurança sem qualquer justificação e ninguém se preocupa.
A insegurança de um juiz pode afectar a sua liberdade de decisão e pôr em causa a sua independência e isenção.
Outros têm segurança sem qualquer justificação e ninguém se preocupa.
A insegurança de um juiz pode afectar a sua liberdade de decisão e pôr em causa a sua independência e isenção.
Os juízes que exercem funções em tribunais criminais deviam ter sempre segurança. A segurança do juiz não pode ficar dependente nem ao sabor de acéfalas decisões, nem sujeita à (má) vontade de quem as toma ou a vinganças só por ter sido apanhado nas malhas da Justiça.
O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, tem a última palavra.
O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, tem a última palavra.
Rui Rangel, Juiz desembargador
Excelente artigo, vindo de onde vem, deixa-me constrangido.
Porquê?
Porque nem deveria haver razão para ser escrito e se o foi, algo vai mal no reino, muito mal e há muito tempo.
Faz lembrar " O Polvo", série italiana que mostrava a promiscuidade entre os vários poderes e as ameaças veladas, sobretudo estas, que através da omissão dos poderes vai destruindo este país que eu chamo de sítio muito mal frequentado.
10 Comments:
Ao falar de ameaças falo das que a PSP faz ao deixar sem protecção um juíz. A PSP se assim acontecer obedece ao poder político, não acritérios de segurança que devem ser seus.
Se as coisas fossem como se ouvem, ou seja, se os professores "bons" ficassem beneficiados com esta avaliação e os "maus" ficassem prejudicados não se percebe por que é os professores das melhores escolas públicas estão contra esta avaliação (incluindo os professores da melhor escola pública de todo o país). Será por que esta avaliação NÃO beneficia os bons e NÃO prejudica os maus? Por outras palavras, será que esta avaliação serve para dar (muito)trabalho (burocrático)aos professores mas não serve para avaliar? Último detalhe, se eu pedisse a um qualquer seu colega jormalista da área do desporto para lhe dar uma nota e o classificar no seu desempenho, acha que seria justo, adequado ou até sério?
Mas os "menirosos" do governo insistem em fazer-nos crer que tudo isto são meros caprichos de alguns professores, e claro, aproveitamento politico. É por estas e por outras que neste Pais não vale a pena votar, de todo.
Chulos
O SENHOR VITOR TINHA O DEVER DE SE INFORMAR SOBRE COMO SE PROCESSA ESTA AVALIAÇÃO, ANTES DE SE INFORMAR. SABE QUE QUANTIDADE DE GRELHAS SÃO PRECISAS ANTES DA AVALIAÇÃO PROPRIAMENTE DITA (NA SALA DE AULA)? SABE QUE UM PROFESSOR DE COM UM CURSO DE SECRETARIADO PODE AVALIAR UM PROFESSOR DE FILOSOFIA? SABE QUE OS PROFESSORES ANTIGAMENTE ERAM AVALIADOS PELOS INSPECTORES ESCOLARES? SABE QUE OS PROFESSORES PRESENTEMENTE TÊM QUE PASSAR ALUNOS QUE NÃO APRENDEM ( PELOS MAIS DIVERSOS MOTIVOS) APESAR DE SE FAZEREM CONSTANTEMENTE, PLANOS DE RECUPERAÇÃO E AULAS SUPLEMENTARES? SABE QUE OS PROFESSORES DEPOIS DISTO TUDO AINDA TÊM QUE PREPARAR, AS AULAS DO DIA SEGUINTE, À NOITE ENQUANTO OS OUTROS TRABALHADORES ESTÃO A CONVIVER COM A FAMILIA E/OU COM OS AMIGOS? EU NÃO SOU PROFESSORA, MAS FAZ-ME MUITA IMPRESSÃO QUE AS PESSOAS NÃO SE INFORMEM BEM ANTES DE OPINAREM. JÁ AGORA PERGUNTO-LHE, SABE QUE MILHARES E MILHARES DE PROFESSORES TÊM PROVAVELMENTE MAIS HABILITAÇÕES ACADÉMICAS DO QUE O SENHOR? EU INFORMEI-ME. O SENHOR NÃO O DEVE TER FEITO.
Só quem não quer perceber qual o motivo do protesto é que continua com o tipo de discurso como o Vitor o fez - é evidente que é o MODELO da avaliação que está em causa, não a avaliação em si. Não seria de jornalista a sério, fazer uma avaliação ao modelo de avaliação (e quiçá obter algumas informação para poder falar), em vez de saltar para conclusões fáceis e propagandisticas de que "os professores não querem ser avaliados". É que poderia concluir que, de facto, os professores até tem razão e o modelo do Ministério é pesado, burocrático, vazio e, por isso, praticamente inútil.
A Ministra engana os portugueses dizendo que se trata de apenas 2 folhas de formulários e o Primeiro Ministro idem idem, aspas, aspas, dizendo que já avaliou 20.000 professorem. Investiguem e perceberão que os 20 mil foram avaliados de uma forma simples, para cumprir objectivos, de final de ano. Mais, neste momento os sindicatos já são obrigados a acompanhar os movimentos independentes de professores, por culpa da intransigência do Governo.
De acordo com um conhecido semanário da nossa praça do dia 4 de Abril, “a Plataforma Sindical dos Professores entregou, ao Ministério da Educação, um abaixo-assinado com 20 mil assinaturas a pedir a suspensão do processo de Avaliação até ao final deste ano lectivo, (sendo que) os professores através de plenários (já realizados), ponderam fazer nova manifestação e greve.” Assim, acabaram-se as dúvidas: O ÚNICO motivo da contestação da maioria dos professores é a Avaliação. E é por não quererem a Avaliação, que os professores têm vindo a pedir pré-reformas a toda a pressa, mesmo com prejuízo do montante da sua (futura) pensão de reforma. E não querem a Avaliação, verdadeira operação de rotina em qualquer Empresa Privada INCLUINDO INSTITUIÇÕES DE ENSINO PRIVADAS, pois têm MEDO que todo o País passe a conhecer a sua VERDADEIRA CAPACIDADE E/OU COMPETÊNCIA. Quem tem filhos a estudar, os acompanha e corrige os erros e omissões dos professores, sabe muito bem do que eu falo. Mais: a maioria dos professores aparentou na “manifestação”, onde alegadamente terão estado 120 mil professores - será que nenhum deles aproveitou a ida a Lisboa para levar o esposo(a), irmão(ã), ou primo(a) - nem sequer conhecer a Lei que rege a dita Avaliação, daí não terem sido sequer capazes de responder à pergunta feita pelas várias Estações de TV: “Que outro modelo de Avaliação proporia?”, o que fortemente indicia nem sequer saberem porque se encontravam na dita “manifestação”. Já agora: porque é que os professores não cumprem o acordo que ASSINARAM com o Estado há 3 ou 4 meses? Que rico exemplo para os seus alunos!
Só tenho pena que outras classes, não tenham o mesmo poder de mobilização e de união demonstrado pelos professores. Com este governo autista, só à força se conseguirá alguma coisa. E independentemente de muitas coisas terem de mudar, não poderão nunca mudar a qualquer preço, nem só para melhorar as estatísticas. Quando mais de 100 mil estão na rua, e pelos vistos vão continuar, os prejudicados são sempre os alunos. E quanto a mim os grandes responsáveis são o 1º ministro e a ministra da educação!
O mal deste país é que todos se acham capazes e suficientemente elucidados para tudo comentar. Os srs jornalistas que têm de mostrar serviço, escrevem os disparates que bem entendem, considerando que até são inteligentes e sabem escrever uma coisas e não percebem a gravidade e a leviandade que é influenciar de forma deformada a opinião pública. Qualquer professor tem o prazer em convidar qualquer jornalista a acompanhar uma semana de trabalho de um qualquer profesor, quer na escola, quer em casa. Só assim poderá comentar com seriedade o desempenho daqueles que nos últimos 30 anos fazem o papel de pais e educadores no seu local de trabalho.
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