Propaganda
"De acordo com dados da Segurança Social divulgados já esta semana, o número de portugueses que recorreram e obtiveram acesso ao Rendimento Social de Inserção disparou de 262 mil para 346 mil entre Setembro de 2006 e o mesmo mês de 2008: um aumento de 32 por cento em dois anos.
No último ano, o número de beneficiários do Rendimento Social aumentou para mais 42 mil beneficiários: ou seja, à razão de mais 3500 por mês. Deve ser a esta pobre realidade que se refere a propaganda oficial quando apregoa que Portugal está a reduzir a pobreza.
A menos que a auto-louvação sobre a redução da pobreza no país mais desigual da Europa tenha a ver com a metade da população activa que trabalha por menos de 600 euros por mês, entre a qual se contam os que auferem o salário mínimo nacional de 426 euros. Com tal verba não se é oficialmente pobre em Portugal: apenas realmente pobre. Mas isso põe a propaganda a coberto. Ou será que o reclamo da diminuição da pobreza tem a ver com o crescente número de portugueses que perdem o emprego, mais o direito à protecção no desemprego, ou o número cada vez maior dos que têm que sujeitar-se à exploração, chantagem, incerteza e arbitrariedade do trabalho precário? Terá o pomposo anúncio de que Portugal está a erradicar a pobreza a ver com as situações de carência que levam já sectores da classe média a procurar auxílio alimentar junto de organizações de solidariedade?
Ouvir proclamar que Portugal está a reduzir a pobreza é absolutamente caricato e sugere a cada português que andam por aí propagandistas que os tomam por parvos, sem olhos na cara para observar a realidade do país. A verdade, porém, é que alguma coisa fica da propaganda. Já dizia o ‘Propagandaminister’ que “uma mentira repetida mil vezes pode tornar-se verdade”."
João Paulo Guerra
No último ano, o número de beneficiários do Rendimento Social aumentou para mais 42 mil beneficiários: ou seja, à razão de mais 3500 por mês. Deve ser a esta pobre realidade que se refere a propaganda oficial quando apregoa que Portugal está a reduzir a pobreza.
A menos que a auto-louvação sobre a redução da pobreza no país mais desigual da Europa tenha a ver com a metade da população activa que trabalha por menos de 600 euros por mês, entre a qual se contam os que auferem o salário mínimo nacional de 426 euros. Com tal verba não se é oficialmente pobre em Portugal: apenas realmente pobre. Mas isso põe a propaganda a coberto. Ou será que o reclamo da diminuição da pobreza tem a ver com o crescente número de portugueses que perdem o emprego, mais o direito à protecção no desemprego, ou o número cada vez maior dos que têm que sujeitar-se à exploração, chantagem, incerteza e arbitrariedade do trabalho precário? Terá o pomposo anúncio de que Portugal está a erradicar a pobreza a ver com as situações de carência que levam já sectores da classe média a procurar auxílio alimentar junto de organizações de solidariedade?
Ouvir proclamar que Portugal está a reduzir a pobreza é absolutamente caricato e sugere a cada português que andam por aí propagandistas que os tomam por parvos, sem olhos na cara para observar a realidade do país. A verdade, porém, é que alguma coisa fica da propaganda. Já dizia o ‘Propagandaminister’ que “uma mentira repetida mil vezes pode tornar-se verdade”."
João Paulo Guerra
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