O optimismo de Sócrates e a realidade
"Quando todas as instituições internacionais indicam que o próximo ano será muito difícil do ponto de vista económico, o primeiro-ministro português transmite uma mensagem em sentido contrário.
Ontem, José Sócrates explicou que, com a queda dos juros e da inflação em 2009, os portugueses terão um efeito positivo no rendimento disponível. Por um lado, a afirmação do primeiro-ministro não surpreende – está em linha com a justificação dada pelas Finanças para não usar uma redução dos impostos em 2009 como arma contra a crise, uma vez que as pessoas já terão um pouco mais de dinheiro para gastar (a via privilegiada é a do investimento público). Contudo, do ponto de vista político, a explicação
de Sócrates parece totalmente desligada da realidade – sobretudo porque, como lembram os economistas, deixa de fora aquela que será a principal preocupação política e social em 2009, a taxa de desemprego. A descida dos juros e dos preços dos combustíveis – será que os alimentos acompanham? – terá um efeito de alívio no próximo ano mas, em termos globais, poderá não ser suficiente para compensar um agravamento significativo do desemprego. Um sinal político de optimismo que, em ano eleitoral, poderá sair caro ao PS."
Bruno Faria Lopes
Ontem, José Sócrates explicou que, com a queda dos juros e da inflação em 2009, os portugueses terão um efeito positivo no rendimento disponível. Por um lado, a afirmação do primeiro-ministro não surpreende – está em linha com a justificação dada pelas Finanças para não usar uma redução dos impostos em 2009 como arma contra a crise, uma vez que as pessoas já terão um pouco mais de dinheiro para gastar (a via privilegiada é a do investimento público). Contudo, do ponto de vista político, a explicação
de Sócrates parece totalmente desligada da realidade – sobretudo porque, como lembram os economistas, deixa de fora aquela que será a principal preocupação política e social em 2009, a taxa de desemprego. A descida dos juros e dos preços dos combustíveis – será que os alimentos acompanham? – terá um efeito de alívio no próximo ano mas, em termos globais, poderá não ser suficiente para compensar um agravamento significativo do desemprego. Um sinal político de optimismo que, em ano eleitoral, poderá sair caro ao PS."
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