terça-feira, maio 05, 2009

Como promover a mediocridade

"Suponha que tem uma empresa em dificuldades e que precisa de mudar de gestão para dar a volta. Se tiver dois dedos de testa traz alguém de fora com quem negoceia um salário fixo e uma remuneração dependente dos resultados: se a solução para os problemas de uma empresa valer um bom "bónus", um gestor tem outra motivação para procurar soluções. É claro que há excepções, mas essas só existem no imaginário mundo do socialismo científico ("whatever that means")...

É por isso que tributar em 75% os prémios dos gestores é uma monumental estupidez. Até um analista de terceira percebe isso. Mais não fosse porque as crises são a altura ideal para encorajar gestores (e outros quadros) a recorrerem à criatividade para tirar as empresas do buraco. Então se é assim porque insiste o Governo num disparate? Porque a maioria absoluta está cada vez mais longe e todos os votos dão jeito. Ainda que isso implique cedências ao populismo de Louçã e companhia.

Os defensores dos 75% dizem que a generalização dos prémios trouxe a... falsificação de resultados. É uma ideia estafada. Primeiro porque os casos de falsificação de resultados são uma minoria. Segundo porque o que está mal não são os prémios mas a fiscalização das contas (da responsabilidade de supervisores, auditores, accionistas e administradores independentes). Quando um carro sai com defeito da linha de montagem, alguém manda fechar a fábrica? Ou corrige o que está mal no processo de fabrico?
"

Camilo Lourenço

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