Coordenar estratégias
"O que mais impressionou quem leu o Relatório de Estabilidade Financeira do Fundo Monetário Internacional não foram as estimativas quanto ao total de activos tóxicos, um montante que ronda actualmente os 4.100 mil milhões de dólares e que, provavelmente, será revisto em alta.
O mais chocante foi a constatação de que a fatia de leão destes activos era detida por bancos europeus e não por bancos norte-americanos.
Com base nas estatísticas do FMI, para recapitalizar o sistema bancário e chegar a rácios de capital equivalentes aos de meados dos anos 90 serão necessárias injecções de capital na ordem dos 275 mil milhões de dólares, no caso dos bancos norte-americanos, e 500 mil milhões de dólares, no caso dos bancos europeus.
Os dados mais recentes sugerem que a Europa é o continente mais afectado e onde menores progressos se registaram. Segundo o FMI, apesar da implementação atempada das políticas certas, a recuperação será lenta e dolorosa, uma vez que a desalavancagem é algo que não acontece de um dia para o outro. Mas, a não implementação das políticas atrasará ainda mais a recuperação.
As projecções mais recentes dos institutos económicos estão em consonância com as análises pessimistas do FMI. O problema não é a possível queda de 6% da economia alemã, mas sim o facto de não se esperar uma recuperação antes do final de 2010. Estamos perante um cenário de estagnação económica que pode durar por vários anos.
Por mais que critiquemos o plano de Geithner/Summers de salvamento da banca norte-americana, o que é um facto é que a situação é muito mais grave na Europa. O plano de resgate bancário alemão, que será conhecido em Maio, será quase certamente um plano voluntário. Mas, apesar de ser melhor do que nada, não resolverá contudo os problemas de um sector bancário subcapitalizado.
O problema da resposta europeia, sob a forma de salvamentos de bancos e de pacotes de estímulo, prende-se com a descoordenação entre os vários países. As divergências entre o presidente do Bundesbank e o presidente da Comissão Europeia chamaram a atenção para o problema de um mercado único que nunca funcionará bem se as decisões políticas em tempo de crise forem tomadas sobretudo a nível nacional. É de lembrar também as palavras de Lord Turner, presidente da Financial Services Authority do Reino Unido que afirmou, referindo-se ao futuro da banca europeia que: "Perante esta realidade, temos que optar entre maior coordenação europeia ou mais poderes nacionais, mais Europa ou menos Europa - só não podemos é ficar onde estamos."
Wolfgang Munchau
O mais chocante foi a constatação de que a fatia de leão destes activos era detida por bancos europeus e não por bancos norte-americanos.
Com base nas estatísticas do FMI, para recapitalizar o sistema bancário e chegar a rácios de capital equivalentes aos de meados dos anos 90 serão necessárias injecções de capital na ordem dos 275 mil milhões de dólares, no caso dos bancos norte-americanos, e 500 mil milhões de dólares, no caso dos bancos europeus.
Os dados mais recentes sugerem que a Europa é o continente mais afectado e onde menores progressos se registaram. Segundo o FMI, apesar da implementação atempada das políticas certas, a recuperação será lenta e dolorosa, uma vez que a desalavancagem é algo que não acontece de um dia para o outro. Mas, a não implementação das políticas atrasará ainda mais a recuperação.
As projecções mais recentes dos institutos económicos estão em consonância com as análises pessimistas do FMI. O problema não é a possível queda de 6% da economia alemã, mas sim o facto de não se esperar uma recuperação antes do final de 2010. Estamos perante um cenário de estagnação económica que pode durar por vários anos.
Por mais que critiquemos o plano de Geithner/Summers de salvamento da banca norte-americana, o que é um facto é que a situação é muito mais grave na Europa. O plano de resgate bancário alemão, que será conhecido em Maio, será quase certamente um plano voluntário. Mas, apesar de ser melhor do que nada, não resolverá contudo os problemas de um sector bancário subcapitalizado.
O problema da resposta europeia, sob a forma de salvamentos de bancos e de pacotes de estímulo, prende-se com a descoordenação entre os vários países. As divergências entre o presidente do Bundesbank e o presidente da Comissão Europeia chamaram a atenção para o problema de um mercado único que nunca funcionará bem se as decisões políticas em tempo de crise forem tomadas sobretudo a nível nacional. É de lembrar também as palavras de Lord Turner, presidente da Financial Services Authority do Reino Unido que afirmou, referindo-se ao futuro da banca europeia que: "Perante esta realidade, temos que optar entre maior coordenação europeia ou mais poderes nacionais, mais Europa ou menos Europa - só não podemos é ficar onde estamos."
Wolfgang Munchau
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