Prejuízos olímpicos.
"Os escassos cariocas que não vivem na praia desceram à praia a celebrar a designação do Rio de Janeiro receber os Jogos Olímpicos de 2016. Com certeza, apreciam muito as modalidades desportivas em questão. Financeiramente, e ao contrário da lenda, as Olimpíadas são prejuízo garantido. A PBS (o canal público americano) analisou exemplos anteriores. Por regra, os gastos previstos para o evento acabam multiplicados três ou quatro vezes. Os benefícios colhidos no turismo ou na criação de empregos acabam divididos por valor idêntico. Montreal, sede dos JO de 1976, livrou-se da dívida trinta anos depois. Pequim está a transformar num centro comercial o pavilhão do "ninho de pássaro", por si só uma desmesurada fonte de despesas. Etc.
O orçamento inicial dos JO do Rio é de 15 mil milhões de dólares, verba que facilmente atingirá os 40 mil milhões. Não é à toa que metade dos habitantes de Chicago, uma das cidades que disputava a dúbia distinção com o Rio, se opunha à empreitada. Alguns habitantes formaram mesmo um movimento para apoiar a nomeação rival, e se calhar a alegria junto ao lago Michigan não destoou dos berros de Ipanema. No Brasil também há vozes dissonantes, mas, face à euforia geral, ouvem-se menos. Ao DN, o presidente da Casa do Brasil reconheceu sem grandes preocupações que o país terá de fazer as contas. Chicago, cuja universidade é célebre pelos estudos económicos, fez as contas e não percebeu o interesse de acolher uma pândega dispendiosa, urbanisticamente discutível, civicamente insuportável e que, em última instância, apenas alimenta a prosápia de políticos, "patriotas" e demais adeptos do "progresso". Ou seja, uma pândega com todos os ingredientes para vingar em Portugal. A propósito, quando sai a candidatura nacional? É que eu gostava de sair antes. "
Alberto Gonçalves
O orçamento inicial dos JO do Rio é de 15 mil milhões de dólares, verba que facilmente atingirá os 40 mil milhões. Não é à toa que metade dos habitantes de Chicago, uma das cidades que disputava a dúbia distinção com o Rio, se opunha à empreitada. Alguns habitantes formaram mesmo um movimento para apoiar a nomeação rival, e se calhar a alegria junto ao lago Michigan não destoou dos berros de Ipanema. No Brasil também há vozes dissonantes, mas, face à euforia geral, ouvem-se menos. Ao DN, o presidente da Casa do Brasil reconheceu sem grandes preocupações que o país terá de fazer as contas. Chicago, cuja universidade é célebre pelos estudos económicos, fez as contas e não percebeu o interesse de acolher uma pândega dispendiosa, urbanisticamente discutível, civicamente insuportável e que, em última instância, apenas alimenta a prosápia de políticos, "patriotas" e demais adeptos do "progresso". Ou seja, uma pândega com todos os ingredientes para vingar em Portugal. A propósito, quando sai a candidatura nacional? É que eu gostava de sair antes. "
Alberto Gonçalves
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