Menores e vacinados
"Por não perceber do assunto, não entro na polémica sobre os perigos da vacina da gripe A administrada em Portugal e que os EUA ou parcialmente a Suíça, por exemplo, rejeitaram. Porque me apetece, entro na polémica sobre os "grupos prioritários" a usufruírem da vacina, que em Portugal incluem os políticos e nos EUA e no Reino Unido, por exemplo, não.
A decisão coube ao Governo e, segundo li, visa "impedir o colapso do funcionamento da sociedade em caso de pandemia". Em teoria, concordo que, na medida em que foram eleitos e representam a população, o Presidente da República, o primeiro-ministro e os 334 deputados nacionais e regionais mereçam a prioridade na vacina, embora discorde que os ministros, que ninguém elegeu para coisa nenhuma, partilhem o benefício.
O problema é a prática. Até que ponto a incapacidade temporária de vinte, cinquenta ou setenta por cento do Parlamento e do Governo se sentiria cá fora? Na pior das hipóteses, não se notaria a diferença. Na melhor, daríamos por um alívio na produção de disparates materialmente destinados a extorquir o nosso dinheiro e espiritualmente destinados a infernizar a nossa existência. Nenhuma das possibilidades augura catástrofes. Aliás, será por isso que aqui se valoriza tanto a "estabilidade", para que o seu reverso nunca se imponha e nunca revele uma trivialidade familiar a países prósperos (como a Bélgica ou a Itália) e por nós desconhecida: a governação é relativamente dispensável. A classe política receia faltar-nos porque não quer que constatemos a pouca falta que nos faz. Donde a necessidade de insistir no pressuposto de que eles, os políticos, são a única alternativa ao caos.
Por acaso, se o Infarmed estiver errado e as autoridades americanas correctas, teremos uma excelente oportunidade para testar o dito caos. E, eventualmente, descobrir que é um sossego. "
Alberto Gonçalves
A decisão coube ao Governo e, segundo li, visa "impedir o colapso do funcionamento da sociedade em caso de pandemia". Em teoria, concordo que, na medida em que foram eleitos e representam a população, o Presidente da República, o primeiro-ministro e os 334 deputados nacionais e regionais mereçam a prioridade na vacina, embora discorde que os ministros, que ninguém elegeu para coisa nenhuma, partilhem o benefício.
O problema é a prática. Até que ponto a incapacidade temporária de vinte, cinquenta ou setenta por cento do Parlamento e do Governo se sentiria cá fora? Na pior das hipóteses, não se notaria a diferença. Na melhor, daríamos por um alívio na produção de disparates materialmente destinados a extorquir o nosso dinheiro e espiritualmente destinados a infernizar a nossa existência. Nenhuma das possibilidades augura catástrofes. Aliás, será por isso que aqui se valoriza tanto a "estabilidade", para que o seu reverso nunca se imponha e nunca revele uma trivialidade familiar a países prósperos (como a Bélgica ou a Itália) e por nós desconhecida: a governação é relativamente dispensável. A classe política receia faltar-nos porque não quer que constatemos a pouca falta que nos faz. Donde a necessidade de insistir no pressuposto de que eles, os políticos, são a única alternativa ao caos.
Por acaso, se o Infarmed estiver errado e as autoridades americanas correctas, teremos uma excelente oportunidade para testar o dito caos. E, eventualmente, descobrir que é um sossego. "
Alberto Gonçalves
2 Comments:
CARO AMIGO
ACHO MUITO BEM QUE SEJAM PRIMEIROS OS GOVERNANTES A SEREM VACINADOS, E LOGO TODA A RESPECTIVAN FAMILA ATÉ Á 5ª GERAÇÃO, "PARA ASSEGURAR" O "BOM FUNCIONAMENTO" DAS INSTITUIÇÕES.COMO NA SUIÇA PARECE-ME QUE SAO PESSOAS MAIS INTELIGENTES, PROIBIRAM DE DAR A TAL VACINA AS GRAVIDAS E MENORES, ATE PARA ASSEGURAR O FUTURO DAQUELE PAIS.
COMO ESTE PAIS NÃO FUTURO, QUE HAJA VACINAS PARA TODOS OS PORTUGUESES.
CUMPRIMENTOS
Concordo com o Avelino e já agora digam lá quem anhou com a aprovação da única vacina.
Mas os da casta superior, os mer dossos do sítio, os políticos vão ser vacinados pela vacina da Baxter.Alguém me disse que quem fez o vírus faz todas as vacinas.
Mas isso é conspirativo.
Adivinhem quem fornece o aterial, os vírus e ao mesmo tempo vende a vacina menos perigosa, isso é paranoia.
Ouvi dize que o SAMS tinha encmendado a vacina da dita companhia americana, daí até jogar fora a vacina que esta senhora ministra aprovou e a sua entourage, feita de Varas e c vai uma distância muito curta.
Enviar um comentário
<< Home