F... os banqueiros em português vernáculo...
Eric Cantona e a Revolução através dos bancos, ao cuidado do Sr Ulrich, mais l, menos l, talvez seja apeado da forma como manda apear os outros.
*** Pedro Rosa Mendes, da Agência Lusa ***Paris, 06 dez (Lusa) - Para Eric Cantona, "é muito simples fazer a revolução hoje". Sem sangue, sem armas: c...
Paris, 06 dez (Lusa) - Para Eric Cantona, "é muito simples fazer a revolução hoje". Sem sangue, sem armas: cada cidadão vai ao banco e levanta o seu dinheiro, explica o ex-futebolista, chamado de "Robin dos Bancos" pela imprensa francesa.
"O sistema é o quê? O sistema gira em torno dos bancos. É alicerçado no poder dos bancos. Por isso tem que ser destruído a partir dos bancos", afirmou Cantona numa entrevista em Nantes, no início de outubro.
"Não creio que se possa ser completamente feliz ao ver a miséria à nossa volta, a não ser que se viva num casulo. Mas há uma possibilidade, algo a fazer", afirmou também o ex-futebolista nessa entrevista, confessando uma "irritação" com os milhões de compatriotas que, em França, durante semanas, protestaram com manifestações e greves contra o novo regime de reformas.
"Hoje em dia, estar na rua significa o quê? Hoje, já não é assim [que se faz]. Não começamos a pegar nas armas, a matar as pessoas, a fazer a revolução. É muito simples fazer a revolução hoje", explicou Cantona.
Se "os três milhões de pessoas que estão na rua com os cartazes, forem ao banco e levantarem o dinheiro deles, os bancos desabam. Três milhões ou dez milhões...". O impacto é seguro. "E, nesse caso, vamos ser ouvidos de outra maneira", antecipou.
O ex-futebolista e treinador de futebol de praia, agora também ator com sucesso nos palcos franceses, foi ouvido por um coletivo franco-belga, que criou uma página na rede social Facebook e abriu depois uma página na Internet, no endereço "bankrun2010.com", em sete línguas, incluindo português (do Brasil).
"Revolução! No dia 7 de dezembro vamos levantar o nosso dinheiro dos bancos!", apela o site e mais de 58 mil pessoas uniram-se ao apelo, afirmando que irão levantar as suas economias na terça feira. Ou, pelo menos, que pensarão um pouco nisso.
A generalidade dos comentadores na imprensa francesa considera a ideia de Cantona inócua em termos de resultados. No entanto, salientam a força "filosófica" e "política" da ideia, que surge num momento de turbulência social em França, onde a mobilização contra o novo regime de aposentações deixou um lastro de indignação e um ar de raiva coletiva no ar.
Uma sondagem publicada a 02 de dezembro por uma revista de ciências sociais dava conta de que mais de metade dos franceses (53 por cento) se sente ainda "furioso" contra o regime de reformas, aprovado em outubro pelo Parlamento.
É neste clima tenso que "a iniciativa de Cantona encontra um eco seguro junto dos cidadãos aterrorizados com os planos de austeridade que se estendem pela Europa com o argumento de que é preciso 'tranquilizar os mercados financeiros' e salvar os bancos", referiu a associação altermundialista Attac.
Também Bernard Thibault, líder da Confederação Geral de Trabalhadores, principal rosto dos dois meses de protestos contra o regime de reformas, constata que "hoje não há resposta à altura da exasperação e do descontentamento social que existe nas empresas".
Muitos intelectuais e sindicalistas tinham avisado que a contestação social ia tomar outras formas. "Muitos são os que pretendem agir aqui e agora para mostrar aos governantes que recusam as suas políticas irresponsáveis", declarou também a Attac.
Cantona já ganhou esta partida. A sua ideia pode ser irrazoável mas é pertinente, como resumia na edição de sábado o editorialista do diário Libération.
Paris, 06 dez (Lusa) - Para Eric Cantona, "é muito simples fazer a revolução hoje". Sem sangue, sem armas: cada cidadão vai ao banco e levanta o seu dinheiro, explica o ex-futebolista, chamado de "Robin dos Bancos" pela imprensa francesa.
"O sistema é o quê? O sistema gira em torno dos bancos. É alicerçado no poder dos bancos. Por isso tem que ser destruído a partir dos bancos", afirmou Cantona numa entrevista em Nantes, no início de outubro.
"Não creio que se possa ser completamente feliz ao ver a miséria à nossa volta, a não ser que se viva num casulo. Mas há uma possibilidade, algo a fazer", afirmou também o ex-futebolista nessa entrevista, confessando uma "irritação" com os milhões de compatriotas que, em França, durante semanas, protestaram com manifestações e greves contra o novo regime de reformas.
"Hoje em dia, estar na rua significa o quê? Hoje, já não é assim [que se faz]. Não começamos a pegar nas armas, a matar as pessoas, a fazer a revolução. É muito simples fazer a revolução hoje", explicou Cantona.
Se "os três milhões de pessoas que estão na rua com os cartazes, forem ao banco e levantarem o dinheiro deles, os bancos desabam. Três milhões ou dez milhões...". O impacto é seguro. "E, nesse caso, vamos ser ouvidos de outra maneira", antecipou.
O ex-futebolista e treinador de futebol de praia, agora também ator com sucesso nos palcos franceses, foi ouvido por um coletivo franco-belga, que criou uma página na rede social Facebook e abriu depois uma página na Internet, no endereço "bankrun2010.com", em sete línguas, incluindo português (do Brasil).
"Revolução! No dia 7 de dezembro vamos levantar o nosso dinheiro dos bancos!", apela o site e mais de 58 mil pessoas uniram-se ao apelo, afirmando que irão levantar as suas economias na terça feira. Ou, pelo menos, que pensarão um pouco nisso.
A generalidade dos comentadores na imprensa francesa considera a ideia de Cantona inócua em termos de resultados. No entanto, salientam a força "filosófica" e "política" da ideia, que surge num momento de turbulência social em França, onde a mobilização contra o novo regime de aposentações deixou um lastro de indignação e um ar de raiva coletiva no ar.
Uma sondagem publicada a 02 de dezembro por uma revista de ciências sociais dava conta de que mais de metade dos franceses (53 por cento) se sente ainda "furioso" contra o regime de reformas, aprovado em outubro pelo Parlamento.
É neste clima tenso que "a iniciativa de Cantona encontra um eco seguro junto dos cidadãos aterrorizados com os planos de austeridade que se estendem pela Europa com o argumento de que é preciso 'tranquilizar os mercados financeiros' e salvar os bancos", referiu a associação altermundialista Attac.
Também Bernard Thibault, líder da Confederação Geral de Trabalhadores, principal rosto dos dois meses de protestos contra o regime de reformas, constata que "hoje não há resposta à altura da exasperação e do descontentamento social que existe nas empresas".
Muitos intelectuais e sindicalistas tinham avisado que a contestação social ia tomar outras formas. "Muitos são os que pretendem agir aqui e agora para mostrar aos governantes que recusam as suas políticas irresponsáveis", declarou também a Attac.
Cantona já ganhou esta partida. A sua ideia pode ser irrazoável mas é pertinente, como resumia na edição de sábado o editorialista do diário Libération.
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