Primeiro balanço
"Pronto, entrámos naquela semaninha em que se faz balanço das anteriores 51. Coisas que me estragaram o 2011: desde logo, Moody's, Fitch e Standard & Poor's. Que vão para o caixote do lixo da história, mais o abecedário manhoso delas. Dos triplos AAA de rating com que acenam e extorquem, ao lixo para onde mandam os países pobres diabos que não têm dinheiro para mandar cantar uma agência vesga. Não que àquelas três eu lhes aponte mentiras, não me interessa, mas porque lhes reconheço inutilidade. E são das piores inúteis, porque elas, não sendo nada, já nos convenceram que nos convencem. Outra triste coisa de 2011, não para erradicar em 2012, mas para diminuir a frequência: as cimeiras decisivas europeias. Aqueles encontros demasiado proclamados cada vez mais se parecem com os embates amorosos dos casais sem filhos e que os querem muito: a ansiedade de resultados passa a ser causa de infertilidade e lançam a suspeita de que o outro é o culpado. Cimeiras, pois, poucas mas eficazes. No plano interno, uma lição dada por 2011. Na primeira metade do ano, os que não estavam no poder precisaram de lá chegar para, na segunda metade, se convencerem de que, no essencial, a crise nos ultrapassava, era externa. Espero que os que perderam o poder em 2011 não precisem nem de metade de 2012 para se convencerem de que só lá iremos juntos. E, já agora, que a segunda metade de 2011 também já tenha convencido disso os do Governo."
Ferreira Fernandes
Ferreira Fernandes
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