terça-feira, março 23, 2004

Terrorismo de Estado


Quando há anos certos círculos dos serviços secretos espanhóis formaram os GAL que serviam para matar elementos da ETA, numa prática de "terrorismo de estado" e quando isso foi descoberto, houve investigações, julgamento e condenações dos responsáveis.

Não porque o estado espanhol transigisse com a ETA mas porque não cabe a um estado de direito civilizado como a Espanha e a qualquer estado civilizado no mundo praticar a mesma linguagem dos grupos terroristas.

Por isso o terrorismo de Estado espanhol, dos GAL foi erradicado, mas a ETA continuou a ser combatida política e policialmente.

No caso de Israel pratica-se alegre e irresponsavelmente a mais bárbara forma de terrorismo de estado contra populações e organizações que apesar da linguagem violenta que por vezes utilizam, lutam apenas pelo que é seu de direito, ou seja a soberania sobre territórios ocupados ilegalmente por Israel (estado criado artificialmente em 1947).

A linguagem e políticas dos talhantes de Telavive alimenta-se do terror mútuo para permanecerem no poder.

Eles não sobreviveriam politicamente a um período de entente e de pacificação entre israelitas e palestinianos.

Por isso este golpe de força.

O que se espera do Hammas que se até agora reagiu violentamente sempre que os helicópteros israelitas matavam extra-judicialmente activistas da independência palestiniana, agora vê o seu líder espiritual bárbara e cobardemente abatido sem dignidade, e acompanhado pelos tristemente habituais "danos colaterais"?

Julgo que se a decisão de assassinar o líder Yassin foi tomada a 14 de Março, e será essa a data em que Sharon e os outros nazis de Telavive começaram a redigir a certidão de óbito para si e para o seu povo, o povo de Israel.

E que ontem, com a execução sumária de um líder incómodo para os desígnios dos açougueros de Telavive, essa certidão de óbito foi assinada e carimbada.

Será uma questão de dias.

Porque o Hammas não perderá a face perante o que se passou.

Pode não agir nos próximos dias.

Deixará assentar o pó.

Mas agirá.

Fulminantemente.

E nessa altura o povo de Israel vai perceber finalmente o fim para que foi encaminhado por estes líderes sanguinários que os governam.

Porque o fim foi ontem traçado.

É inevitável

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