Ensaios sobre a cegueira.
Cada vez restam menos dúvidas que a esquerda é a representante dos interesses islâmicos no ocidente. Por mais que tentem negar, a verdade está à vista.
Vital Moreira, na sua crônica semanal publicada hoje no Público intitulada “É a Ocupação, Estúpido!”, exemplifica na perfeição esse descarado apoio.
Acusando os americanos de assassinarem 600 civis “inocentes” ( na verdade, elementos do Exército de Mahdi composto por dez mil terroristas armados e informadores executados por eles ), e afirmando que “o que está a vir ao de cima é a revolta da dignidade e do orgulho nacional contra a violência da ocupação”, Vital não está a ser honesto.
Porque tanto os insurgentes sunitas de Falluja como os seguidores xiitas do líder rebelde Moqtada al-Sadr, estão longe de representar a maioria dos iraquianos.
Na verdade, Sadr, vendo a transição aproximar-se, dá tudo por tudo para obter o poder. É sabido que, como os xiitas representam 60% da população iraquiana, os principais líderes religiosos acreditam que chegarão ao poder pelo voto, sem a necessidade de recorrer à violência.
Como Sadr não possui a formação religiosa necessária para ser um líder religioso (não atingiu o título de "mutjahid" que lhe daria habilitações para interpretar os textos sagrados), e não faz parte da hierarquia sedeada em Najaf que a maioria xiita responde, vê-se obrigado a recorrer à violência para conseguir chamar parte do poder a si.
O próprio ayatollah Ali Sistani, emitiu uma fawta [édito religioso], condenando a violência dos últimos dias e apelando a uma resolução pacífica da situação.
Moqtada al-Sadr apareceu na actual cena política do Iraque logo após a queda do antigo regime. Depois de ter tido um papel activo nos primeiros meses após a ocupação - a sua milícia era uma presença muito visível, os seus sermões inflamados chamavam as atenções - foi de certa forma eclipsado a partir do Outono pelo ayatollah Ali Sistan
O primeiro episódio violento ao qual o nome do jovem líder xiita apareceu ligado foi à morte, em Abril do ano passado, de Abdul Majid al-Khoei, um religioso xiita moderado que acabara de regressar do exílio em Londres e que foi assassinado numa mesquita de Najaf.
A morte de Al-Khoei, visto como um homem que poderia ajudar os americanos a estabilizar o país, foi atribuída aos partidários de Al-Sadr - e é com base nesse crime que ontem foi emitido um mandado de captura contra o líder radical. Al-Sadr opõe-se ao Conselho de Governo interino iraquiano, mas, embora se considere um líder político, não formou ainda um partido.
Os dois homens têm uma visão diferente sobre o futuro do Iraque: enquanto Moqtada defende um Estado islâmico, Sistani é favorável a uma separação entre o religioso e o político.
Acrescenta Vital que os americanos “não hesitam no uso da força bruta contra uma cidade sitiada, bombardeando objectivos civis, incluindo mesquitas”, esquecendo-se que é aí que os covardes terroristas se escondem e alvejam mortalmente os soldados da coligação.
Quem não se lembra da igreja cercada pelos israelitas em Bélem, que, segundo a esquerda, servia de refúgio a cívis inocentes, mas cujas imagens mostravam terroristas palestinianos bem armados. Um dos muitos reveses do pró-arabismo personificado pela esquerda anti-americana primária.
Curiosamente, Vital Moreira não condena os raptos dos civis que conduzem os camiões que levam comida, ajuda, combustíveis ou materiais de construção, por parte dos “resistentes corajosos”, que tentam exercer assim chantagem sobre a opinião pública mundial, depois de terem recebido de Espanha a mensagem de que tal táctica pode resultar.
Nem faz referência ao plano da Al-Qaeda, revelado tanto num documento atribuído a Al-Zarqawi, o jordano que comandará as operações terroristas no interior do Iraque, como em comunicações interceptadas pelos serviços secretos noruegueses, visa desestabilizar e dividir a coligação.
Claro que ele prefere antes chamar essa selvajaria primária de “revolta da dignidade e do orgulho nacional contra a violência da ocupação”. Como se o conceito de país unisse Xiitas e Sunitas. Tal como no Rwanda.
Enfim. Mais um capítulo do eterno “ensaio sobre a cegueira”
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