Valha-nos o Irão !!
Com o recurso ao Irão para tentar meter um pouco de calma na cabeça dos xiitas mais radicais, e perante o "esperar para ver" de Sistani, que não perde nada em ver os ocupantes americanos a desgastarem-se diáriamente, e vendo que quem faz as despesas do combate são as organizadas e bem armadas milícias de Al Sadr, os EUA acabam de reconhecer a sua derrota política para o futuro do Iraque.
Se não se pode ainda falar em derrota militar, apesar do atoleiro iraquiano se esta a consumar, como prevíamos todos os que mesmo não sendo tão anti-americanos como isso.
Políticamente com o recurso que os EUA tiveram que fazer ao Irão (membro insigne do "Eixo do Mal"), reconhecem deste modo a sua impotência para lidar com a revolta popular dos iraquianos xiitas e sunitas que apesar de não estarem coligados, convergem no seu combate ao ocupante ilegítimo de um país independente e soberano.
E reconhecem a influência que no futuro o Irão pode ter para o futuro do Iraque pós Saddam.
A miragem do 30 de Junho, não passa disso.
Os EUA continuarão a mandar no Iraque após 30 de Junho, através de um "governo" fantoche, tipo Karzay, sem ter sido eleito ou plebiscitado pela população.
Continuará a ocupação militar e a protecção a esse regime fantoche de vendidos e colaboracionistas que se instalarão em Bagdad às ordens dos diversos Lamegos enviados pelo ocidente.
E assim o Iraque ficará cada vez mais parecido com o regime de Saigão e com o que se passou no Vietname.
Mas se militarmente ainda não estão derrotados, políticamente estão.
Se para dominar ou acalmar os ânimos dos radicais xiiitas têm que recorrer ao Irão que controla o Hezbollah, está tudo dito.
A menos que para pacificar efectivamente o Iraque, os EUA tenham que prender ou matar os 20 milhões de Iraquianos...
Mas depois, o governo provisório que assumirá o poder a 30 de Junho, ficará a governar o quê ou quem?
Entretanto já morreram mais militares americanos neste primeiro ano de invasão que no primeiro ano de intervenção nos anos 60 no Vietname.
O atoleiro começou.
E não serão fáceis as saídas para a situação criada.
É caso para dizer que "quem semeia ventos, colhe tempestades".
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