As Forças Armadas
Perante as recentes movimentações de altos quadros militares na reserva e na reforma, perante os atrasos verificados nas progressões de carreira e outras regalias, há que dizer uma ou duas coisas.
Quem quiser, que conteste.
As Forças Armadas portuguesas, apesar de alguns remendos recentes, que já vêm dos tempos de Cavaco e Guterres, continuam estruturalmente organizadas de acordo com as necessidades criadas com a guerra colonial.
Após o 25 de Abril e dado o desinvestimento em meios para as FA, o que acontece é que existe um enorme número de sargentos de carreira e oficiais superiores, desproporcionado em relação às necessidades e aos meios disponíveis para operar ao nível das FA, ao contrário do que se passa com recursos humanos mais jovens, como é o caso da Força Aérea onde a falta de pilotos é crónica, havendo neste momento algumas dificuldades para se conseguir operar duas esquadras de F-16 que ficarão operacionais dentro de 2 a 3 anos.
Quanto à Marinha, há muitos mais almirantes, capitães de fragata e comandantes, que fragatas e corvetas, ficando para os militares que ainda não estejam na reserva ou na reforma os cargos honoríficos ou outros que até por civis poderiam ser garantidos.
Não sei que planos tem o actual governo para resolver esta situação de recursos humanos desproporcionados, mas também é um facto que os velhos militares de um modo ou de outro serviram o país e não podem agora ser desprezados ou deitados fora, como lixo, como de igual modo não devemos esquecer que os militares são funcionários públicos, e todos sabemos como o governo tem tratado os funcionários públicos, e os trabalhadores por conta de outrem em geral.
Um trabalho de Hércules para Paulo Portas.
Será ele capaz de gerir esta situação em tempo útil?
2 Comments:
Porque é que os militares não podem ser desprezados e deitados fora, como lixo? Por acaso são diferentes de todos os outros portugueses?
Jo@o
Caro Jo@o
Infelizmente tem razão: o que se tem feito ao portugueses nos últimos dois anos é tratá-los como lixo reciclável ou descartável (usar e deitar fora).
É o neo-liberalismo da cartilha da escola de Chicago no seu pior...
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