quinta-feira, maio 27, 2004

Os xiitas mais cedo ou mais tarde alcançarão o poder no Iraque

O que Al Sistani permitiu ao longo destes 3 meses, foi colocar esta questão na ordem do dia, e não se importou nada que Al Sadr fizesse as despezas da resistência, enquanto os ocupantes se iam desgastando à vista do mundo.

Agora, com a evidência de que no Iraque não são só os partidários do Baas e de Saddam que resistem (lembram-se que a propaganda anglo-americana dizia que a resistência estava limitada ao chamado triângulo sunita e que estava a esmorecer?), Al Sistani acabou por colocar Al Sadr na ordem dizendo-lhe simplesmente para ter calma, porque dada a maioria da sua população, o futuro dos xiitas no poder no Iraque é incontornável.

Agora se querem instituir uma república islâmica inspirada no Irão, ou se querem simplesmente manter uma relativa separação entre o Estado e a religião, tal não se afigura fácil, tal como impôr um regime religioso a uma população habituada durante a ditadura de Saddam a viver de um modo laico, enche de interrogações o futuro iraquiano.

E para mais ainda falta que os curdos apresentem a factura aos ocupantes, pelo seu apoio à invasão e deposição do Baas.

Deste modo, o futuro iraquiano, a 30 dias da passagem formal de poderes para um governo fantoche está mais cheio de incertezas que de soluções.

Para mais qundo o chamado "homem dos americanos" Challabi caiu em desgraça junto da Administração Bush, acusado de colaboração com o Irão.

As incertezas aumentam ainda mais quando parace que de dia para dia o Irão tem uma evidente influência, reconhecida pelos EUA no que tem vindo a ocorrer em dois terços do território iraquiano.

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