Decadências

A nova situação:

Sabem qual seria um original sinal de coragem política no actual panorama político português?

Seria vermos um dia um líder do PSD (já que aos presidentes da república e primeiros ministros que temos tido, a coragem tem faltado a esse nível) seria o seguinte:

Desautorizar e retirar a confiança política no imbecil e desbocado Alberto João Jardim.

Jardim não é um frequentador de tascas, nem um simples presidente de uma pequena junta de freguesia sem responsabilidades políticas relevantes.

Ocupa um importante cargo institucional, presidente de um governo regional.

O que ele tem dito nas últimas semanas, nomeadamente apelando à não comparência do PSD a votos, caso a decisão de Sampaio fosse outra, ou "estou-me lixando para o PS" não mereceriam outra atitude.

Mas coragem, política é o que tem faltado a quase todos.

"Pobre País...", como diria alguém nosso conhecido.


3 coisas sobre Sampaio:

1 - Não votei nele nas últimas eleições presidenciais, mas sim no out-sider Garcia Pereira.

Porque Sampaio não precisava do meu voto, já que se precisasse eu lho daria, talvez como os do PCP fizeram com Soares em 86 , ou seja votando, mas olhando para o lado.

2 - Nunca fui especial apreciador da chamada "esquerda-caviar" de que Sampaio é um símbolo da pequena portugalidade urbana lisboeta, símbolo da decadência burguesa tão criticada pelo desaparecido Eça, mas que agora reaparece nesta maturidade constitucional, tão tristemente parecida com o período da decadência da monarquia constitucional no século XIX. Começam a abundar os “condes de Abranhos”.

3 - Ana Gomes disse tudo em relação a Sampaio, para espanto dos que assim pensam, mas não têm coragem para afrontar o poder instalado, distribuidor de benesse e cargos dos mais bem pagos que há:

Que assim se realizou o desejo velho de Sá Carneiro, de que Santana se reclama seu herdeiro espiritual, à falta de outras ideias:

"Um Governo, uma Maioria, e (agora, inesperadamente) um Presidente".