A fuga de Ferro.
"O secretário-geral do Partido Socialista surpreendeu ao anunciar a sua demissão como consequência da decisão do Presidente da República de reconduzir a maioria PSD/PP no Governo. Ferro Rodrigues assumiu a decisão de Jorge Sampaio como uma «derrota pessoal e política», afirmou-se «decepcionado» e disse não se conformar com «uma decisão que considero errada e perigosa». Mas, ao adoptar esta atitude, o líder do PS mostrou falta de tolerância e de respeito democrático por um homem de quem disse ser amigo e que, como foi visível na intervenção que fez, lutou até ao fim com a sua consciência para tomar uma decisão, não como militante de esquerda, nem como candidato proposto pelo PS, mas como Presidente de todos os portugueses.
O mesmo Eduardo Ferro Rodrigues que, há dias, disse que a decisão do Presidente não podia ser condicionada por maiorias parlamentares, acabou por mostrar que desejava ver essa decisão condicionada por razões de filiação política. Houve quem visse na decisão de Jorge Sampaio um voto de desconfiança em Ferro Rodrigues e é possível que o líder do PS também tenha tido esse entendimento, mas não é justo para quem, por certo, pesou todos os prós e contras e concluiu que não podia enveredar por outro caminho. Jorge Sampaio, ao decidir deste modo, mostrou grande coragem e enorme sentido de democracia.
Ferro Rodrigues, por seu lado, ao reagir emotivamente, talvez não tenha pensado nas consequências do seu acto. É que no momento da demissão, o líder do PS desencadeou uma renovação geracional no partido e uma ruptura com o passado. A luta pela liderança, que fora interrompida pela possibilidade de serem convocadas eleições legislativas antecipadas, vai reacender-se e, até ao congresso, deverão surgir novos candidatos. João Soares e José Lamego, são já conhecidos. António Vitorino e José Sócrates podem juntar-se-lhes. Ao demitir-se, Ferro Rodrigues fugiu a essa luta e também às críticas que, por certo, lhe seriam dirigidas pelos diferentes candidatos à liderança.
DN.
P.S. Como todos são diferentes mas acabam por ser iguais. Pobre país que nestas mãos estás.
4 Comments:
Há muito que o Ferro devia ter fugido.
Manuela.
O PS tem o condão de fazer exactamente o contrário das suas palavras. Para quem está atento, não há nada a aprender.
Vasco
Há fugas que vêm por bem. Já devia ter fugido há muito.
Costa Lopes
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