Prime-Time Import of Nonsense.
"Discute-se tudo neste país. A concordata, a capacidade técnica do Mourinho, a culpabilidade dos arguidos nos crimes de maior mediatismo, a existência de vida depois da morte. Ninguém discute que o que o país precisa de ser competitivo, e que esse se deva mesmo tornar o grande desígnio nacional. Resta apenas saber como. O Governo acredita que se será mais competitivo com menos Estado, a esquerda pensa que a solução é mais investimento e consumo públicos. Os economistas de televisão, em geral, expurgam a penúria que é a falta de capacidade dos empresários portugueses para ver além do mercado nacional.
Competitivo é ter a capacidade de lutar por mercados externos na colocação das nossas exportações. É vencer uma guerra económica. Existe tal coisa como uma guerra económica? Existe.
Mas não é a da competitividade. É de certa forma justificável que os economistas mais sérios não comentem o assunto, e não alertem para o disparate que é a sua obsessão: Ricardo já o fez, há cento e cinquenta anos. Fê-lo de forma tão veemente que não há escola de Economia séria (e antes dele, será que o Mercantilismo era sério?) que, depois de Ricardo, tenha sequer incluindo uma só ideia sobre essa tal competitividade (sim, pode parecer surpreendente, mas não o é para qualquer estudante, mesmo Português, de Economia). As exportações são um mal, não um bem. São um mal necessário, um sacrifício de produto, para que possamos consumir bens e serviços que outros países têm para vender (quem me dera que todo o português pudesse usufruir do prazer de conduzir um Ferrari ou de passar férias na Broadway).
Competitivo é ter a capacidade de lutar por mercados externos na colocação das nossas exportações. É vencer uma guerra económica. Existe tal coisa como uma guerra económica? Existe.
Mas não é a da competitividade. É de certa forma justificável que os economistas mais sérios não comentem o assunto, e não alertem para o disparate que é a sua obsessão: Ricardo já o fez, há cento e cinquenta anos. Fê-lo de forma tão veemente que não há escola de Economia séria (e antes dele, será que o Mercantilismo era sério?) que, depois de Ricardo, tenha sequer incluindo uma só ideia sobre essa tal competitividade (sim, pode parecer surpreendente, mas não o é para qualquer estudante, mesmo Português, de Economia). As exportações são um mal, não um bem. São um mal necessário, um sacrifício de produto, para que possamos consumir bens e serviços que outros países têm para vender (quem me dera que todo o português pudesse usufruir do prazer de conduzir um Ferrari ou de passar férias na Broadway).
E quem dera que não tivessemos de exportar, que pudessemos guardar toda a riqueza e a produção nacionais (geralmente a melhor que fazemos)! Seríamos 20% mais ricos. Mas temos. Temos porque somos pouco produtivos, porque somos péssimos (quando nos deixam) a competir com nós mesmos, porque a nossa produção para nós (80% da riqueza) é má, pouco preparada e protegida pelos interesses e pelo economicismo-de-primetime, cuja ignorância só é grave porque os economistas se decidiram, por cansaço, calarem-se.
Pequeno contributo: basta!"
Pequeno contributo: basta!"
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