quarta-feira, agosto 11, 2004

Subescrevo.

"O “interesse público” tem as costas maiores que eu conheço. Tem a vantagem de não ter ninguém que o defina, logo servir para tudo.Só que agora, eu sei bem o que é que era de interesse público: a divulgação dos nomes dos magistrados que desonram a sua função falando sob processos em que estão envolvidos, dos polícias que desonram a sua profissão revelando segredos profissionais, dos advogados que pisam a deontologia para promoverem os seus clientes. Sim. Esses é que era do interesse público sabermos quem são.

Só que a sacrossanta protecção das “fontes” o impede, apesar de ser difícil de comprovar que o anonimato que é protegido tenha alguma coisa a ver com qualquer “interesse público”. Estas pessoas não falaram aos jornalistas por amor da verdade ou para impedir um mal maior. Falaram porque são irresponsáveis e têm todos uma pequena agenda a promover.Claro que o problema vem de cima, vem da cabeça, a tal que começa a apodrecer no peixe, gangrenando o corpo.

Quando os principais responsáveis governamentais e da oposição, a maioria esmagadora dos grupos parlamentares e por aí adiante promovem a sua carreira com inconfidências e intrigas, é difícil esperar que actuem neste processo a não ser para se proteger a prazo, como “fontes”."

Pacheco Pereira

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