Liberdade????

Fala-se no arrastão esquecendo-se o resto. A verdade é que os grupos deixaram um rasto de violência desde a linha de Sintra à Linha de Cascais. Afinal o que se passou? Jovens oriundos de vários bairros problemáticos da Grande Lisboa, em especial de zonas como a Amadora e Chelas, começaram a assaltar nas imediações da estação de comboios de Carcavelos. Pouco tempo depois, começaram a chegar à praia em “grandes grupos”. À medida que a massa aumentava, o espaço que ocupava ia ficando mais largo e a confusão aumentava. Pelas 15h00, dois jovens envolveram-se numa discussão que, mais tarde, poucos acreditavam ser real. Um deles tirou a arma e deu dois tiros para o ar. O ‘arrastão’ veio a seguir. Armados com várias armas de fogo, paus e facas, rodearam e assaltaram, espancaram e agrediram os banhistas. O primeiro alvo foi um imigrante de Leste, que ficou sem um fio de ouro e foi espancando. Gerou-se, então, o caos. Os banhistas começaram a fugir, pisando quem estava no caminho, incluindo crianças. Inclusivamente várias crianças perderam-se dos pais. Depois da chegada da polícia, foram dispersando embora alguns tenham ficado na praia.

A polícia foi obrigada a montar um dispositivo de segurança nas estações de comboios de Carcavelos e Oeiras, onde se concentraram muitos dos jovens que faziam parte do grupo responsável pelo ‘arrastão’ na praia de Carcavelos. Também na linha de Sintra se sentiu a acção dos criminosos. Só na estação de Queluz-Massamá, já na Linha de Sintra, houve registo de algumas tentativas de roubos a passageiros que, graças a nova intervenção policial, foram evitados. Nas imediações nada escapou. Uma das superfícies assaltadas foi o Pingo Doce, nas imediações da estação da CP de Carcavelos. Pelo menos 30 indivíduos, armados com armas de fogo levaram tudo o que puderam.

A primeira expressão do direito à liberdade é o direito de as pessoas se deslocarem livremente. E o Estado tem de garantir que o fazem em segurança. Esta situação é muito grave e ameaça o direito à Liberdade. O que interessa ao cidadão ter liberdade de expressão quando não tem liberdade de movimentação?