sexta-feira, junho 10, 2005

A nação que perdeu a memória

Tenho passado o tempo procurando alimento, que escasseia, devido à seca persistente, estando o ar por vezes irrespirável, e carregado de electricidade, que noto através do meu pêlo e da minha disposição.

Noto também que os humanos deste sítio continuam tristes e deprimidos, uns, com o olhar parado e fixado, talvez em alguma miragem, provocada pelo calor ao incidir na terra, outros, sorrindo para o vazio, e para ninguém, talvez para animar a própria alma.

Disse o meu Avô Toupeira, que neste sítio, é hoje comemorado o Dia de Portugal e de Camões, o maior poeta que alguma vez esta terra viu, homem culto e iluminado no seu tempo, e hoje, pouco lembrado neste sítio, por quem o deveria lembrar.

Parece que o politicamente correcto é distribuir condecorações, algumas fazendo lembrar os créditos de alguns papas para com os seus sobrinhos, coisa chamada de nepotismo nos casos aplicáveis, e parecidos nos outros, tal o sentido de estado, e tal o estado das coisas neste sítio...

Citando o actual Papa Benedictus XVI, sobre a ditadura do relativismo e do politicamente correcto: "... o relativismo está a destruir o Ocidente, porque prega a equivalência de todos os padrões morais, impedindo a discussão sobre os padrões. Na realidade, estamos submergidos a uma ditadura dos "média" politicamente correctos: se alguém fala em moral, para nem dizer em religião, acusam-no de extremista e fundamentalista e ele é obrigado a calar-se. É acusado de fundamentalista evangélico, mas na verdade, o que hoje temos é secularistas evangélicos que proíbem a discussão da moral e da religião na praça pública."

O povo deste sítio, foi sujeito a uma lobectomia pré frontal, provocada pela lavagem sistemática da verdade, pelo politicamente correcto dos "média", e por todas as hienas que deles se servem, lembrando, que este acto não cirúrgico, é criminosa e intencionalmente feito, há já cerca de 30 anos, e portanto, as crias das crias, já sofrem do mal; ou seja, não exibem emoções e sentimentos, e nunca aprenderam, ao nível social, as regras e convenções, que desrespeitam com tanto abandono.
Para a memória remanescente, como um sonho mal lembrado, deixo uma lágrima, do Canto Primeiro dos Lusíadas, de Luiz Vaz de Camões:

As armas e os barões assinalados

Que, da Ocidental praia Lusitana,

Por mares nunca de antes navegados

Passaram ainda além da Taprobana,

Em perigos e guerras esforçados,

Mais do que prometia a força humana,

E entre gente remota edificaram

Novo reino, que tanto sublimaram;

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