A verdade da mentira.

"Em 2004 ocorreram 1707 agressões a elementos da PSP e da GNR em serviço, mais 572 que no ano anterior. Estes ataques resultaram na morte de quatro militares e ferimentos graves em 24 agentes e soldados. 834 receberam assistência a ferimentos ligeiros e outros 845 ficaram feridos sem necessitar de tratamento hospitalar. Uma subida brutal (mais de 50 por cento) em relação a 2003. E o problema está a agravar-se. As agressões a agentes estão a aumentar. Este ano já foram assassinados três agentes da PSP, contra zero em 2004.

Segundo o Relatório Anual de Segurança Interna de 2004 – que deverá ser em breve aprovado na Assembleia da República –, o aumento das agressões atingiu de modo especialmente grave a GNR, que viu aumentar para mais do dobro o número de casos com os seus militares. O ano passado a GNR perdeu quatro homens (três mortos a tiro e um atropelado intencionalmente). Dos seus 15 feridos graves, três foram-no a tiro, um à facada, sete a murro e pontapé, um com um objecto contundente e três por outros meios. Os 927 militares feridos ligeiros foram alvo de ataques a tiro (14), armas brancas (16), agressão física (729), objectos contundentes (18) e outros meios (150).

“Há um sentimento generalizado de impunidade, com tendência para aumentar (...) resultando daqui um claro enfraquecimento da autoridade do Estado (...) constituindo-se mesmo como motivo de orgulho em algumas franjas de delinquência”, refere a Guarda no Relatório. O pior, é que olhando para os primeiros cinco meses deste ano, a situação parece não estar a melhorar. Só este ano a PSP já perdeu três agentes abatidos em serviço. “Não há diminuição da violência”, alerta o general. Soluções? “Fazer como nos outros países. Para este tipo de crime não é necessária investigação, pelo que os antigos Tribunais de Polícia deviam ser recuperados”, sugere.

Ou seja, segundo a legislação actual, uma agressão a um agente da autoridade é tratada como qualquer outro crime. “E são casos morosos. Os tribunais, os juízes e o Ministério Público deviam estar atentos a estes crimes que não necessitam de inquérito”, alerta o general.

CM

Mas o relatório diz que a criminalidade violenta diminuiu. E as sondagens dizem que o primeiro-ministro reforça o seu saldo de popularidade.