Atenção redobrada.

"Entre os acontecimentos de Londres, a 7 de Julho, e os atentados terroristas em Sharm el-Sheik pode não existir qualquer ligação logística, mas há de certeza uma fortíssima relação ideológica. A lógica de terror da Al-Qaeda, e dos inúmeros grupúsculos que nela se inspiram, sempre teve dois alvos preferenciais as sociedades liberais do Ocidente e os regimes dos países muçulmanos apoiados pelo Ocidente. Para os fanáticos islâmicos, as primeiras são infiéis, os segundos apóstatas. Logo, ambos são inimigos a abater.Desde os atentados de 11 de Setembro contra as Torres Gémeas e o Pentágono, apenas por duas vezes a Al-Qaeda conseguiu sucesso nas suas acções no Ocidente. E é provável que os serviços secretos americanos e dos países europeus tenham evitado vários ataques terroristas similares ao de 11 de Março de 2004 em Madrid e ao de 7 de Julho último em Londres.

O reforço dos recursos disponibilizados para a luta antiterrorista teve certamente resultados, e esses dois atentados bem sucedidos da Al-Qaeda tiveram que partir de células do interior, imigrantes marroquinos em Espanha, filhos de imigrantes paquistaneses no caso inglês. Por opção estratégica, ou impossibilidade técnica, a Al-Qaeda não conseguiu infiltrar na Europa comandos vindos directamente do mundo muçulmano, como tinha acontecido no caso dos aviões desviados nos Estados Unidos. O que, sendo um êxito para as secretas ocidentais, obriga agora a uma atenção redobrada às comunidades islâmicas que proliferam na Europa."

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