Finalmente o branqueamento?

"O comandante da PSP de Lisboa, Oliveira Pereira, afirma ter sido pressionado para dizer que os incidentes do passado mês em Carcavelos foram um “arrastão” e envolveram 400 pessoas, segundo um comunicado da Polícia citado este sábado pelo semanário Expresso. Em entrevista à jornalista e candidata do BE às autárquicas pela Câmara da Amadora, Diana Andringa, o comandante da PSP de Lisboa revelou que emitiu a sua posição com base em informação prestada por “um polícia que não soube consubstanciar exactamente o que tinha acontecido”. Baseou-se ainda, segundo Oliveira Pereira, em testemunhos de “pessoas credíveis, algumas delas de órgãos de comunicação social”.

Segundo o responsável policial, o seu comando foi obrigado pelos órgãos de comunicação social a emitir opinião. As revelações constam de uma entrevista que foi disponibilizada, sem o seu consentimento, num site com um link para o site do BE refere. O comandante da PSP, em declarações ao Expresso, disse considerar “inqualificável o aproveitamento político” das suas declarações, “prestadas a alguém que pensava ser uma jornalista com ética”, explicando que lhe foi pedida colaboração para um trabalho com fins académicos e pedagógicos. "

CM

Repare-se bem: o comandante da polícia responsável pela segurança da zona de Lisboa afirma ter sido pressionado para dizer que houve arrastão. Afirmou ainda que a jornalista Diana Andringa e candidata à Câmara da Amadora (aonde vivem os heróis do arrastão) não tem ética.

Pois é. Ainda não desistiram de branquear o arrastão em Portugal. Falta também tentar fazer o mesmo no estrangeiro, aonde as TVs passaram as imagens de agressões e assaltos a quem estava na praia, e a salientarem a falta de segurança que se vive em Portugal. Assim se compreende as declarações do deputado brasileiro a denegrir a nossa polícia. Efectivamente esta é vista no estrangeiro como os bobos da festa.

Trata-se de mais uma brutal manifestação de incompetência e irresponsabilidade de um titular de cargo público de topo que vai ficar impune. A bandidagem que roubou os banhistas esfrega as mãos de contentamento pela impunidade que gozam graças ao Presidente da República e ao Bloco de Esquerda.

Segue-se agora a tentativa de branqueamento dos assaltos da linha de Sintra. Não percam.

Já agora:

1/ Não terá dito o comandante da PSP que o arrastão não tinha os 500 elementos mas sim número entre os 30 a 40 participantes como se pode ler aqui?

2/ Não será que o comandante da PSP foi pressionado para afirmar que não houve arrastão em Carcavelos? É que, por acaso, já lá houve vários além deste.

3/ E esta parte "Nuno, Filipa e Bárbara, o grupo de jovens que ontem se mantinha em Carcavelos, tal como a proprietária do Windsurf Café, garantem que muitos dos que estavam no meio daquelas centenas de adolescentes negros se viraram contra a polícia, que assim não teve outra hipótese se não se defender. «Os polícias não são os maus desta história e muita coragem tiveram ao intervir no meio de centenas sendo apenas 13 agentes», afirma a responsável do bar da praia." que se pode ler aqui. Porque ninguém fala nela?

4/ E as pessoas, que à medida que a polícia avançava no areal, vinham ter com eles a dizer que lhes tinham roubado telemóveis, fios, tudo como se pode ler aqui? Porque se calaram?

5/ E os dois roubos que se registaram nas ruas em redor da estação de Carcavelos em estabelecimentos comerciais como se pode ler aqui?

5/ E um caso semelhante que aconteceu na praia do Tamariz, Estoril, no ano passado como se pode ler aqui? Na altura terão sido contabilizados cerca de 30 criminosos que varreram a praia e a Polícia terá detido mais de metade dos suspeitos.

P.S. Repare-se a força que o Bloco de Esquerda tem na comunicação social.