sexta-feira, julho 15, 2005

O pagode continua.

"Que se saiba, um mês depois ainda ninguém foi preso ou condenado por causa do famoso "arrastão" de Carcavelos onde, segundo afirma o comandante da PSP de Lisboa, uma turba descontrolada de jornalistas lançou o pânico no país atropelando selvaticamente a verdade dos factos. O "arrastão", como alguns leitores devem estar recordados, começou por ser uma incursão de meio milhar de jovens delinquentes saídos dos musseques da Amadora e Loures determinados a apossarem-se dos relógios, carteiras e telemóveis dos inocentes banhistas da praia de Carcavelos, para se reduzir, afinal, a um distúrbio provocado por uma disputa entre dois casais a que seguiu, na confusão subsequente, uma meia-dúzia de tentativas violentas de roubo efectuados por menos de trinta energúmenos oportunistas. "


Imagine-se só, que as tentativas violentas de roubo são punidas como crime de ofensas corporais. Se aconteceram porque ninguém foi preso ou condenado? Engraçado José Júdice não ter pensado nisso mas ele lá deve ter a sua explicação científica.

Também das imagens dos assaltos na linha de Sintra, incluíndo a navalhada, ninguém foi preso ou condenado. Também não aconteceu nada?

Já agora: trinta energúmenos oportunistas agredindo para "tentarem" roubar não é um arrastão? Não é crime? è um acto louvável que merece ser medalhado no próximo 10 de Junho?

"É um facto indesmentível que as pessoas vivem alarmadas, mesmo que a criminalidade não tenha as proporções alarmantes que justifiquem esse pânico - a criminalidade desceu no último ano em Portugal. O factor psicológico, o famoso "lado humano" com que os jornalistas tentam dar mais interesse à aridez dos factos, acaba sempre por se sobrepor à análse fria dos acontecimentos. As lágrimas de uma criança comovem muito mais do que um relatório da Unesco sobre a fome em África. É a famosa teoria da imagem que vale mais do que mil palavras, sobretudo quando a imagem não nos diz nada sobre as razões por que chora a criança - estará com fome ou levou um tabefe da mãe? - e ninguém tem paciência para ler relatórios, a começar
pelos jornalistas. O "arrastão" de Carcavelos foi inventado por um polícia enervado e por meia-dúzia de testemunhas histéricas - e para os jornais e televisões sensacionalisto-dependentes pouco importa que não tenha sido verdade, desde que tenha sido bem achado e transmita ao público a reconfortante sensação de que os seus preconceitos e mitos se confirmam
."

Portugal Diário

A criminalidade desceu no último ano??? Ok. Não vale a pena comentar mais.

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