1984.
O livro 1984 é um romance escrito por Eric Arthur Blair sob o pseudônimo de George Orwell. Foi publicado em inglês com o título Nineteen Eighty-Four em 8 de Junho de 1949. O título vem da inversão do dois últimos dígitos do ano em que o livro foi escrito, 1948. O romance é considerado uma distopia, junto com Fahrenheit 451 e Admirável Mundo Novo. Nele é satirizada uma sociedade onde o Estado é onipresente, com a capacidade de alterar a história e o idioma, de oprimir e torturar o povo e de travar uma guerra sem fim, com o objetivo de manter a sua estrutura inabalada.
Sinopse
No livro conta-se a história de Winston, um apagado funcionário do Ministério da Verdade de Oceânia e de como ele parte da indiferença perante a sociedade totalitária em que vive, passa à revolta, levado pelo amor por Júlia e incentivado por O'Brian, um membro do PartidoInterno com quem Winston simpatiza; e de como acaba por descobrir que a própria revolta é fomentada pelo Partido no poder. E também de como, no Quarto 101, todo o homem tem os seus limites. De facto, Mil novecentos e oitenta e quatro é uma metáfora sobre o poder e as sociedades modernas.George Orwell escreveu-o animado de um sentido de urgência, para avisar os seus contemporâneos e as gerações futuras do perigo que corriam, e lutou desesperadamente contra a morte - sofria de tuberculose - para poder acabá-lo. Ele foi um dos primeiros simpatizantes ocidentais da esquerda que percebeu para onde o estalinismo caminhava e é aí que ele vai buscar a inspiração - lendo Mil novecentos e oitenta e quatro percebe-se facilmente que o Grande Irmão não é senão Stalin e que o arqui-inimigo Goldstein não é senão Trotsky.
No livro conta-se a história de Winston, um apagado funcionário do Ministério da Verdade de Oceânia e de como ele parte da indiferença perante a sociedade totalitária em que vive, passa à revolta, levado pelo amor por Júlia e incentivado por O'Brian, um membro do PartidoInterno com quem Winston simpatiza; e de como acaba por descobrir que a própria revolta é fomentada pelo Partido no poder. E também de como, no Quarto 101, todo o homem tem os seus limites. De facto, Mil novecentos e oitenta e quatro é uma metáfora sobre o poder e as sociedades modernas.George Orwell escreveu-o animado de um sentido de urgência, para avisar os seus contemporâneos e as gerações futuras do perigo que corriam, e lutou desesperadamente contra a morte - sofria de tuberculose - para poder acabá-lo. Ele foi um dos primeiros simpatizantes ocidentais da esquerda que percebeu para onde o estalinismo caminhava e é aí que ele vai buscar a inspiração - lendo Mil novecentos e oitenta e quatro percebe-se facilmente que o Grande Irmão não é senão Stalin e que o arqui-inimigo Goldstein não é senão Trotsky.
Numa atura em que o Big Brother faz furor na televisão, talvez poucos saibam que a expressão foi tirada deste livro e dos cartazes que ornamentavam as ruas de Londres no romance de George Orwell - uma fotografia do Grande Irmão com a legenda Big Brother is watching you. O estado controlava o pensamento dos cidadãos, entre muitos outros meios, pela manipulação da língua. Os especialistas do Ministério da Verdade criaram a Novilíngua, uma língua ainda em construção, que quando estivesse finalmente completa impediria a expressão de qualquer opinião contrária ao regime. Ironicamente, esta acabou por ser uma das previsões que acabou por se concretizer, não numa ditadura, mas numa sociedade aberta como os Estados Unidos, através do Politicamente Correcto. Uma das mais curiosas palavras da Novilíngua é a palavra duplopensar que corresponde a um conceito segundo o qual é possível pensar simultaneamente uma coisa e o seu contrário.
No livro, Orwell expõe uma excelente Teoria da Guerra. Segundo ele, o objectivo da guerra não é vencer o inimigo nem lutar por uma causa. O objectivo da guerra é manter o poder das classes altas, limitando o acesso à educação, à cultura e aos bens materiais das classes baixas. A guerra serve para destruir os bens materiais produzidos pelos pobres e para impedir que eles acumulem riqueza e se tornem uma ameaça aos poderosos. Ironicamente, Orwell acertou mais uma vez. Num país livre e democrático como os EUA formou-se um Complexo Militar e Industrial que tem todo o interesse em criar uma corrida às armas e em fomentar guerras para que o dinheiro dos impostos seja derretido em armas e bombas. O mais interessante é que o Complexo Militar e Industrial emergiu do interesse egoísta dos industriais, mas acaba por ter um impacto indirecto na manutenção do Status Quo.
Mas o Complexo militar e industrial não é um fenómeno exclusivamente americano. Todos os países terão o seu grupo de poderosos a produzir produtos inúteis às custas do dinheiro dos impostos pagos pelos pobres.
Contextualização
Talvez sem pensarmos nisso, somos actualmente tão controlados como o eram as personagens de Mil novecentos e oitenta e quatro. Através de meia dúzia de números, o estado pode seguir o nosso percurso e a nossa vida. Com o número de contribuinte, o número de eleitor, o número do BI e o NIB, uma pessoa está definida. Será isso mau? Bom? Necessário? Inevitável? Passageiro?
As televisões vendem-nos a informação que convém. O que sabemos actualmente nunca é o que se passou, mas o que alguém quer que saibamos. A publicidade passou da fase em que nos vendia coisas, para a fase em que nos vende coisas que nos fazem mal - embora informando-nos do facto em letras pequeninas. Resta-nos a liberdade de pensar....
Citações
"Guerra É Paz
Liberdade É Escravidão
Ignorância É Força"
"Se você quer uma imagem do futuro, imagine uma bota prensando um rosto humano para sempre." - O'Brien
"Se há esperança, escreveu Winston, está nos proles"
"A guerra é travada, pelos grupos dominantes, contra seus próprios súditos, e o seu objetivo não é conquistar territórios nem impedir que outros o façam, porém manter intacta a estrutura da sociedade." - Emmanuel Goldstein
5 Comments:
Sempre actual. Manuela
primeiro livro "discutido" é o 1984 do George Orwell. Este foi provavelmente o livro que mais me marcou e mais me assustou. É indispensável referir que o George Orwell participou na 1ª Guerra, combateu na Guerra Civil espanhola, e assistiu ao surgimento de ditaduras mais ou menos brutais por toda a Europa em meados dos anos 20/30 (URSS, Alemanha, Itália, Espanha, Portugal, Jugoslávia).
Vivendo e sofrendo por tudo isto Orwell escreveu o livro em meados de 40 com o intuito de "alter other people's idea of the kind of society they should strive after". No livro ele previu a substituíção do modo de vida ocidental, representado pelo socialismo inglês, por ditaduras e sociedades de polícia onde o pensamento e a liberdade de expressão eram fortemente reprimidos por uma classe dominante. Classe essa que punia brutalmente qualquer desvio à ordem por eles pré-estabelecida. A classe dominante neste livro, é representada pelo Big Brother que é o rosto do partido do poder e que vigia todos os actos "privados" da população com mini-câmaras instaladas por todo lado, inclusivé em casa das pessoas. O dia-a-dia de um cidadão normal é-nos descrito pelo personagem principal do livro Winston Smith, que se apercebe da sociedade-prisão onde vive, onde procura secretamente aliados que partilhem do seu desejo de liberdade.
Este livro assustou-me basicamente porque é um livro que fala sobre os mais crús e primários desejos do homem. Na minha opinião a ideia fundamental que Orwell nos quer transmitir é a de que a ânsia de poder é a força motriz que guia a natureza humana.
Há uma descrição breve mas muito precisa do livro neste site www.enotes.com/1984. Inclusivé neste site fazem-nos uma estimativa do tempo de leitura! do livro. Entre 8 e 12 horas.
Talvez um louco seja apenas uma minoria de um. Antigamente, fora sinal de loucura acreditar que a terra girava em volta do Sol, hoje este sinal de loucura produz-se pela crença de que o passado é inalteravel. Podia ser o único a ter essa crença, e, sendo o único, um demente. A ideia de ser demente porem não o perturbeva grandemente. O horrivel era poder estar enganado. "
" 1984 " de George Orwell
En el pasado, ningún gobierno había tenido el poder de mantener a sus ciudadanos bajo una vigilancia constante. Ahora la Policía del Pensamiento vigilaba constantemente a todo el mundo". -- GEORGE ORWELL, 1984
Quienes este verano piensen pasar sus vacaciones en Estados Unidos han de saber que en virtud de un acuerdo entre la Comisión Europea y las autoridades federales, la compañía aérea con la que viajen entregará, sin su consentimiento, a las aduanas de Estados Unidos algunas informaciones personales. Incluso antes de que penetren en el avión, las autoridades de Estados Unidos conocerán su nombre, apellido, edad, dirección, números de pasaporte y tarjeta de crédito, estado de salud, preferencias alimentarias (que pueden indicar su religión), viajes anteriores, nombre y edad de quienes les acompañaron, organizaciones que financiaron sus desplazamientos, etc."
Surveillance totale
Vigilancia total
par/por Ignacio Ramonet
Ignacio Ramonet......¿Paisano de Don Manuel Fraga Iribarne?
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