sexta-feira, setembro 09, 2005

O fim justifica os meios?

"TVI - Tudo parecia correr bem há uma semana quando vimos aqui a evacuação dos residentes, antes de o furacão Katrina atingir a cidade de Los Angeles. Nessa altura parecia haver alguma organização. Mudamos claramente de ideias nestes dias.

Miguel Sousa Tavares - É evidente. Toda a gente ficou surpreendida com a dimensão da tragédia e com a dimensão do fiasco de acudir à tragédia por parte das autoridades americanas. Se te recordares, já dois dias antes o governador do estado da Louisiana tinha dado ordem de evacuação da cidade, portanto, eles sabiam que o furacão que vinha classificado com nível cinco ia ser terrível e acabou por atingir Nova Orleães com nível quatro. O que acho que ninguém previu foi que rebentassem os diques da cidade e isso foi, não só, a principal causa da tragédia, como também a primeira lição a colher desta mesma tragédia: que não é possível ao homem forçar os limites da natureza. Grande parte da cidade está construída abaixo do nível do mar, está segura por diques, mas há um limite para a capacidade que os diques podem sustentar. Ai houve claramente um erro de planeamento na construção da parte moderna da cidade. Um erro que não se comete só no terceiro mundo, pelos vistos, também se comete na nação mais poderosa do planeta. Depois houve claramente, também, uma dificuldade imensa em fazer chegar o socorro às pessoas. Chegou tão tarde quanto chegou o próprio presidente Bush, que, como sabes, prolongou as férias três dias no seu rancho, porque achava que não era motivo suficiente para se deslocar ao local. Agora já se deslocou duas vezes, mas acho que ele simbolizou a incapacidade dos Estados Unidos de funcionarem em grande escala com uma tragédia natural, coisa que ninguém esperava e que é uma má notícia
. "

Extracto da intervenção de Miguel Sousa Tavares na TVI na terça-feira (ler aqui).


Será justificável o recurso à desonestidade intelectual para atacar Bush? Toda a gente sabe que ele antecipou as férias, não as prolongou como MST desesperadamente tenta fazer acreditar. (Ler aqui, aqui e aqui).

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