sexta-feira, setembro 23, 2005

Que merda de país é este?

"Ele sai do Teatro A Comuna ao telemóvel com um amigo e ela do Metro da Praça de Espanha, em Lisboa. Em comum, estes portugueses só têm uma infelicidade: às 19h30 de sexta-feira, 16 de Setembro, estão no caminho de um homem com traços indianos que corre de faca na mão. Para trás, caído, o assassino tinha deixado um compatriota – esfaqueado na sequência de discussão. Sem dó nem piedade, volta a atacar. Os dois portugueses são atingidos no abdómen: Miguel Pereira, 31 anos, não sobrevive aos ferimentos e cai a poucos metros de um táxi; ela sobreviveu.

Uma semana depois do crime, a Polícia Judiciária continua no encalce do assassino. Enquanto isso, taxistas e comerciantes da Praça de Espanha confessam a sensação de medo com que têm vivido. Outro comerciante conta que durante toda a semana, “as funcionárias do teatro esperam umas pelas outras junto ao quiosque para não subirem a rua sozinhas”. “O mais preocupante é sabermos que este psicopata matou por matar – e podia ter sido qualquer um de nós”, lembra um taxista.

Ao contrário das restantes duas vítimas, Miguel Pereira dificilmente terá tido tempo de perceber o que lhe aconteceu. Foi barbaramente assassinado numa das mais movimentadas zonas da capital, em plena hora de ponta – e sem motivo. Contactado pelo CM, o ‘sheik’ Munir, imã da Mesquita de Lisboa, afirma desconhecer o crime que envolveu dois membros da comunidade islâmica. Um facto que estranha, ainda para mais na Praça de Espanha – nas imediações da mesquita. “Durante toda a semana, não ouvi qualquer comentário, o que não é normal”, diz. De qualquer forma, o ‘sheik’ lamenta “profundamente” o sucedido e considera que este incidente deve ser visto apenas “como um caso isolado
”.

Que merda de país é este? Cidadãos são assassinados e feridos em plena hora de ponta numa das mais movimentadas zonas da capital só porque tiveram o azar de cruzar-se com um imigrante islâmico armado de navalha. E o imã da Mesquita de Lisboa afirma que se trata de um caso isolado quando taxistas, comerciantes e transeuntes vivem amedrontados. Não chegou ainda a altura de fazer algo? Efectivamente já ninguém acredita na tão apregoada diminuição da criminalidade defendida pelo ministro Costa. Excepto quem tem interesses no status quo e os eternos acéfalos defensores da camisola partidária claro.

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