Mitos.
"É disto que se queixam os que marcharam na Baixa, vindos do Fim do Mundo, das Marianas, da Azinhaga dos Besouros, das Fontainhas e da Quinta da Serra. São vítimas de uma consequência não pretendida da acção de realojar, mas também de uma racionalidade que se funda na letra dos regulamentos, sem cuidar dos casos pessoais que neles não se enquadram.
Mas os diversos PER que por aí vão surgindo revelam outras perversidade, por de mais conhecidas, sustentadas na ideia de que dar uma habitação a uma família é uma coisa fantástica para se fazer. No bairro da Cucena, em Paio Pires (Seixal), foram realojadas 180 famílias. Segundo esta lógica, deviam estar contentes, mas não estão.
E não estão porque lhes faltam os transportes, as lojas, os espaços condignos de sociabilidade. E porque ali coabitam pessoas de diferentes etnias, cuja convivência é problemática. Quem as lá pôs regeu-se pela ideia, mais ou menos dominante entre os decisores, de que não se podem isolar etnias e culturas, porque isso seria construir guetos, e o que todos queremos é integração. Pois. O problema é que as comunidades multiculturais não se constroem por decreto.
Além disso, dar uma casa a uma família sem primeiro garantir a presença dos equipamentos essenciais, da escola à farmácia; sem assegurar a regularidade dos transportes; sem equipar o PER com um mínimo de verde, acaba por ser mais um empurrão para o tal deserto. E uma maneira de instalar um foco de violência latente, que antes não existia. Um dia destes, alguém devia pensar a sério nestas coisas."
Texto completo no JN
Totalmente de acordo. "O problema é que as comunidades multiculturais não se constroem por decreto" contrariamente ao que o politicamente correcto nos quer impor.
Totalmente de desacordo quanto à obrigação de oferecer uma casa só porque alguém construiu uma barraca num bairro degradado. Já há verdadeiras negociatas à volta dos PER. Infelizmente Portugal é um país pobre e não pode dar casas a metade da população mundial (especialmente aos aparecem no nosso país só para esse intuito).
Totalmente de desacordo quanto à falta de infra-estruturas. Por exemplo, o bairro social de S. João do Estoril tem tudo. Até vista para o mar tem de borla. Se o cidadão comum, pagador de imposto, quiser ter vista para o mar tem pagar cerca de uma centena de milhar de contos. Pergunta-se: é justo?
Outro exemplo: o bairro social do Casal da Boba (Amadora) vai ter perto o maior cento comercial da Europa. É só atravessar a rua para poderem ajudar os clientes a transportar as compras. Pergunta-se: quantos contribuentes não vivem em casas pagas longe de transportes, lojas e espaços condignos de sociabilidade? Casas que levam uma vida inteira para ser totalmente pagas. Porque é que essas situações não os "empurram para o deserto" mas sim para uma vida árdua de trabalho e qualidade de vida duvidosa? Posturas de vida.
A opinião do autor só revela que os imigrantes têm mais direitos que os contribuintes nacionais. Atente-se à frase "sem equipar o PER com um mínimo de verde" no contexto da falta de espaços verdes ser uma política geral (ver promessa de Carrilho para Lisboa - "Um jardim em cada bairro").
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