domingo, janeiro 13, 2008

13 de Janeiro de 86 A.C.

Morre Caio Mário (em Latim: Gaius Marius).

Marius (156 a.C. - 13 de Janeiro 86 a.C.) foi um político e general da República Romana. Não pertencia à aristocracia tradicional de Roma, a sua família provinha da região de Arpinum, onde detinha importantes negócios. Por este motivo, a sua progressão política na elitista República estava à partida limitada. Marius fez no entanto o serviço militar na Terceira Guerra Púnica, onde participou no cerco de Numantia. Ao fazer 30 anos, Marius entrou para o senado romano e cumpriu o seu mandato de tribuno das plebes em 120 a.C.. O seu percurso foi feito a pulso, perdendo várias eleições, visto que lhe faltava um apelido aristocrático que captasse os eleitores. Em 115 a.C., Marius consegue eleger-se pretor, embora com acusações de corrupção e suborno eleitoral, e no ano seguinte torna-se governador da província da Hispania Ulterior. Este mandato vai-lhe oferecer hipóteses de negócio que vão aumentar a sua fortuna consideravelmente.

De regresso a Roma, Marius consegue dar um importante passo em frente na hierarquia social de Roma ao casar com a patrícia Júlia Cesaris (tia de Júlio César). Talvez devido a este suporte familiar, Marius conseguiu uma nomeação como legado militar do ex-consul Quintus Caecilius Metellus na campanha da Numidia, que se saldou num sucesso. Esta sua vitória granjeou-lhe a fama necessária para ser eleito consul em 107 a.C. e no ano seguinte, foi ele próprio a encabeçar a expedição final contra o rei Jughurta da Numidia. É nesta altura que aparece a primeira evidência da relação de amizade com Lucius Cornelius Sulla. De regresso a Roma, Marius consegue uma parada triunfal para celebrar od seus êxitos.

Entretanto, no Norte de Itália aparecia um perigo sem precedentes para Roma: uma confederação de tribos germânicas com cerca de um milhão de pessoas aproximava-se dos Alpes com a clara intenção de invadir a península. Em 105 a.C., graças à inépcia e arrogância dos dois generais encarregues, o exército romano sofreu uma estrondosa derrota que quase aniquilou toda uma geração de homens. O pânico era generalizado e provocou a eleição de Marius em 104 a.C., considerado o único general capaz de lidar com a ameaça, para um segundo consulado, apesar de se encontrar ainda em África e de o primeiro ter sido há menos de 10 anos. Marius aceitou a nomeção mas impôs a condição de ver o seu mandato renovado até a ameaça ter desaparecido. Exigiu ainda carta branca para a reorganização do exército e criou os primeiros esboços de uma legião romana profissional. Em 102 a.C., na batalha de Aquae Sextae, derrotou a tribo dos teutões e no ano seguinte aniquilou os Cimbrii na batalha de Vercellae, pondo fim à ameaça germânica.

Nos anos seguintes, Marius regressou à vida privada apesar de se manter um cidadão influente. Mas a ambição de novas vitórias esteve sempre presente e, 88 a.C., quando rebentou a primeira guerra contra Mithridates VI de Pontus, Marius ambicionou o comando. Desta vez, devido à idade e ao facto de ter já sofrido uma trombose que lhe paralisou o lado esquerdo, Marius falhou a nomeação. O general indicado para este comando foi Sulla, o seu antigo legado, que se tornou num alvo político a abater. Através do suborno de um tribuno das plebes, Marius legislou que o comando mitridático fosse removido de Sulla e entregue a si próprio. Mas Sulla tomou a espectacular decisão de recusar cumprir a directiva e em vez disso invadiu Roma com o seu exército. A cidade foi tomada à força e Marius teve de fugir com os seus colaboradores para evitar o assassinato. Sulla abandonou Roma em direcção ao Oriente em 87 a.C. e Marius retomou o controlo de Roma com Lucius Cornelius Cinna, um dos seus aliados políticos de maior confiança. Juntos organizaram uma limpeza de todos os aliados de Sulla, assassinando muita gente. Marius conseguiu ainda o tão ambicionado sétimo consulado, apesar das suas capacidades físicas e mentais estarem obviamente perturbadas. Uma terceira trombose matou-o pouco tempo depois.

O legado de Marius na história da República Romana é impar. As suas reformas no exército deixaram as bases do exército profissional que haveria de servir Júlio César nas suas conquistas e, mais tarde, na expansão do Império Romano. Do ponto de vista político, os sete consulados de Marius abriram um precedente político para a quebra das rigorosas regras eleitorais de Roma, que haveria de resultar numa sucessão de guerras civis e na queda da República em 27 a.C..

Wikipedia

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

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sexta-feira, janeiro 13, 2006  
Anonymous Anónimo said...

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quinta-feira, fevereiro 22, 2007  

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