quarta-feira, janeiro 11, 2006

Dr. Mário Soares "desapareça"

"A auréola de democrata que erradamente se insiste em atribuir ao dr. Mário Soares tem sido contraditada pela sua própria conduta pública. Mas agora, velho, incontinente verbal a dizer o que dantes o coarctava a ambição e a evidenciar a sua verdadeira natureza, aí o têm a recandidatar-se a presidente da República.

No que diz respeito ao Ultramar português, Soares esforçou-se de forma empenhada para que o processo se passasse como se passou. Contrariamente ao que diz e à fama que se auto-atribui.

Em tempos de PREC, o dr. Soares cativava inocentes com promessas de consultas populares, a serem feitas cá, e lá, mas a verdadeira intenção era não perguntar nada a ninguém e entregar todo o nosso território ultramarino a elementos directissimamente ligados ao estalinismo soviético. Soares executou, objectivando-o, um desiderato do Partido Comunista. É assim deste personagem a responsabilidade pelo que considero ter sido, e ser ainda, a maior catástrofe nacional a destruição, traiçoeira e vil, de um ideal eminentemente português e a sequente, horrorosa e previsível mortandade que se seguiu.

A gravidade deste horror indescritível vem ainda do facto de nunca ninguém ter investido Soares de poderes para dispor de território nacional. Nem mesmo isso seria jamais possível, por muito que invoque a legalidade revolucionária (que substancialmente não foi legalidade alguma, por se ter traduzido naquilo em que se traduziu destruição de Portugal). A partir daqui, o que se passou é da enorme responsabilidade de uma pessoa imputável há 81 anos e que dá pelo nome de Mário Soares. A "descolonização exemplar" foi "exemplarmente" criminosa, e é imperdoável, tendo em vista a sua enorme gravidade.

Na nossa entrada na CEE o género continua. Depois de consultar técnicos, por si escolhidos, e aqueles o terem esclarecido de que não seria naquela altura, nem por aquele processo, que deveríamos entrar na então CEE, Soares, à revelia de tudo e de todos, comprometeu-se com Bruxelas e "implorou" que nos aceitassem. Segue-se a cedência de tudo a todos e o desprezo olímpico pelos pareceres que iam no sentido oposto.

Para defesa do indefensável, Soares não se cansa de nos tentar convencer de que não haveria alternativas. Só que havia. E várias. A que escolheu era a pior. Todas eram melhores, incluindo a entrada na CEE, mas bem negociada.

Soares, com o maior dos desaforos tem assumido atitudes quase majestáticas, como se tudo lhe fosse devido, reivindicando "direitos" que o têm colocado em ridículos patamares, como que a cobrar-se por uma resistência que está longe de ser a tal desgraça de que se queixa. Só que o que se deveria passar seria exactamente o contrário. Por razões de gravidade infinitamente menor das que vêm descritas em documentação vastíssima, e não desmentida, como na de Rui Mateus, entre outra, e pelo que está gravado na memória de centenas de milhares de espoliados do Ultramar, até o Ministério Público já, de alguma forma, se pronunciou. Havendo mesmo um notável parecer do prof. Cavaleiro Ferreira, eminente penalista, que por completo esclarece a situação. Mas o Dr. Soares, estranha, presumida e humilhantemente para todos, arroga- -se o direito de ter direitos que ninguém mais tem.

Mário Soares está ainda longe de ter sido o responsável, como se diz, por vivermos neste simulacro de democracia. O que se passou foi que, no segundo 1.º de Maio depois de 74, quando Soares se pretendia juntar aos comunistas, foi por estes rejeitado. Só mais tarde, e por ter percebido que se não se afastasse do PC teria a sorte que tiveram as dezenas de centros regionais daquele partido, que foi terem ido pelo ar na sequência de reacções populares, aproveitou para inventar o chamado socialismo democrático, que nunca ninguém percebeu muito bem o que é, mas que é do que tem vivido até agora.

Soares, como governante, foi ainda pouco menos que uma nulidade. Nos Governos Provisórios foi o desastre que se sabe. Em 1978 foi demitido pelo gen. Eanes por má governação. Em 1983-85 frustrou completamente os acordos de coligação com o PSD, que permitiriam a Portugal desenvolver-se e modernizar a economia. Em 1983-85, com Soares no poder, a inflação chegou a uns impensáveis 24% e o défice desses governos alcançou a vergonhosa marca de 12%! O País estava quase sufocado pela dívida externa e viveu, até essa data (1985), praticamente com as estruturas do Estado Novo e com empréstimos do FMI. Tudo por culpa da teimosia do dr. Soares que, obstinadamente, se recusava a rever a Constituição que permitiria uma liberalização da nossa economia. Facto este que estava previsto nos acordos de coligação entre o PS e o PSD em 1983. O radicalismo de esquerda, no Verão Quente, foi, mais uma vez, bem mais da responsabilidade de Mário Soares do que do PC, realidade que está na base do estado actual de Portugal.

Por todas estas, e por muitas outras razões, Mário Soares é a figura política que mais e mais gravemente prejudicou Portugal em toda a sua existência. Outros terão tentado, como Afonso Costa, mas, graças a Deus, não conseguiram. Mário Soares conseguiu. Assim, e usando a expressão que ele próprio usou com um GNR que o servia, exijo-lhe dr. Mário Soares deixe-nos em paz. Desapareça
."

jmportugal@hotmail.com
DN

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Verdadeiramente, os candidatos de esquerda nestas eleições presidenciais já ganharam o que lhes interessava ganhar. Porque a sua guerra foi sempre menos contra o prof. Cavaco, do que contra aquela outra esquerda a que o eng. Sócrates chama a “esquerda moderna”. Basta ouvir o dr. Soares a elogiar o eng. Sócrates apenas na medida em que possa ser o “anti-Guterres”, ou Jerónimo de Sousa a alarmar-se, não com a vitória do prof. Cavaco em si, mas com o reforço que essa vitória poderia dar à ... “arrogância” do eng. Sócrates – para perceber onde está o inimigo principal dos actuais candidatos anti-cavaquistas: são aqueles que, à esquerda, aceitaram as “reformas”, a ideia de uma economia assente na iniciativa privada dos cidadãos num mercado global, ou a natureza limitada do poder numa democracia pluralista.

A candidatura do prof. Cavaco, aliás, sempre beneficiou e continua a beneficiar dessa guerra. Não foi há muito tempo que o dr. Soares nos garantia que o prof. Cavaco, convidado para o jantar do seu aniversário em Dezembro de 2004, não era “um homem de direita”. Tratava-se então de barrar o caminho do eng. Guterres, e o prof. Cavaco parecia um bom muro. Para as esquerdas representadas pelos actuais candidatos presidenciais, a “esquerda moderna” é uma parte da direita, mas mais odiosa, por usar o nome de “esquerda”. Por isso, em Outubro de 2004, Manuel Alegre tomava o prof. Cavaco como referência para acusar o dr. Jaime Gama, quando este apresentou a moção política do eng. Sócrates, de ter feito “um discurso mais de direita do que Cavaco Silva”. Por esse lado, que era o que mais lhes importava, estas esquerdas já venceram: o eng. Guterres não apareceu, e agora podem falar deste PS, dirigido pela “esquerda moderna”, como um partido “dividido e confuso”.

Afastada a outra esquerda, ficou-lhes a tarefa de enfrentar o prof. Cavaco. Não têm sido convincentes. Ao princípio, fingiram-se assustados com o presidencialismo, eles, os mesmos que em 2004 exigiram todo o género de excessos presidencialistas ao dr. Sampaio. Crentes piedosos na vida para além do défice, criticaram o prof. Cavaco ... por falta de rigor orçamental no seu tempo de primeiro-ministro. Como nada disto pegou, vieram ao de cima os velhos tiques sectários. Mais uma vez, pudemos constatar que, para estas esquerdas, aqueles que não pensam como eles são necessariamente seres inferiores e perversos: não têm “cultura”, andam “ao serviço” dos “grandes interesses”, ou, como disse o dr. Soares, “acreditam na selecção natural entre ricos e pobres”. O dr. Louçã até definiu o prof. Cavaco como o “candidato que não sabe nada da vida”, como se a vida fosse domínio privativo do dr. Louçã. Mal o prof. Cavaco, em Grândola, fez uma pequena experiência de cançonetismo abrilista, logo protestaram por não lhes ter pedido licença. O regime e os seus símbolos pertencem-lhes em exclusivo. Quando não mandam, a democracia está “ameaçada”. Quando perdem, é porque houve conspiração. Já vimos assim o dr. Soares acusar os jornalistas, e até pôr em dúvida a legitimidade de umas eleições ganhas pelo prof. Cavaco. A democracia permanece, para eles, uma coisa frágil, a precisar do seu paternalismo e tutela.

Com tais candidatos, o prof. Cavaco podia sempre apostar na abstenção à esquerda, porque existe uma esquerda que não se revê neste alarido de intolerância. Dizia o eng. Sócrates, no fim do ano passado: “a democracia portuguesa é muito mais madura do que alguns estouvados com uma visão apenas oportunística da política pretendem”. É isso que também é preciso tirar a limpo no dia 22.

quarta-feira, janeiro 11, 2006  
Anonymous Anónimo said...

O próximo Presidente da República deverá contribuir – no quadro das suas actuais competências – para a “mudança de paradigma” de que o país precisa. Trocar o apelo recorrente “a todos os portugueses” pelo singular “a cada português” seria um bom começo.

Há uma coisa que faz acreditar que o Natal pode ser todos os dias: os discursos presidenciais. Eles são presença certa todo o ano. Sabemos que o carácter não-executivo do PR e a sua eleição por voto directo concorrem para um quadro ideal de influência na esfera política - acima das questões partidárias e menos dependente dos ciclos eleitorais. Hoje, o dever do próximo PR é simples: contribuir para a “autonomização” do cidadão perante o Estado. O português médio é uma criança que vive à sombra do pai-Estado. Depende e gosta de depender dele. Mais: não pondera que isso possa algum dia mudar. Fala – sempre confiante e em alta voz – nos “direitos adquiridos”. No que concerne à esfera económica, esta forma de pensar enferma de um erro básico: pensar na riqueza como um “dado garantido”. Sucede que a riqueza precisa de ser criada para poder ser redistribuída. Não cai do céu. É estranho que para muitos candidatos presidenciais isto seja tão incompreendido, passadas que estão quase duas décadas sobre 1989.

A sabedoria popular diz-nos que “a necessidade aguça o engenho”. O português médio, que não é estúpido, compreenderá que com tantas garantias estatais, e sem sentir necessidade de arriscar ou precaver o seu futuro, o engenho resultante não poderá ser grande. É preciso soltar amarras. O paternalismo estatal exagerado compromete o nosso futuro. Reduzir o peso do Estado não chega. Urge discutir e implementar uma nova “matriz relacional” que tenha por base a liberdade e a responsabilidade individuais. Isto não é – ao contrário do que alguns querem fazer crer – incompatível com uma visão contratualista e (razoavelmente) solidária da sociedade.

Esse “meio termo” ideal não é fácil de encontrar nem certamente de agradar a todos. Nele, para além da responsabilidade individual, a liberdade anda de mãos dadas com o risco – duas coisas que desagradam o português que gosta do papel de “vítima” e que é tão avesso ao empreendorismo. Mas ninguém disse que o desafio era fácil. Apenas urgente. Por isto, o próximo PR deverá deixar uma mensagem simples a cada português: “não perguntes pelo que o país pode fazer por ti, pergunta pelo que tu podes fazer por ti próprio”. O que se joga no dia 22 é muito claro: contribuir, ainda que mitigadamente, para a mudança de paradigma de que Portugal precisa, ou deixar que tudo continue na mesma. O resto são pormenores.

quarta-feira, janeiro 11, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Na minha opinião é arriscado, senão um tanto ou quanto faccioso, incidir sobre o português médio a responsabilidade pelo modelo de desenvolvimento económico e pela condição específica de ser português. Para mim, o problema principal reside na mediocridade dos projectos de vida das elites em Portugal. Entenda-se por elites todos aqueles que tiveram, têm e continuarão a ter oportunidades de se desenvolverem para níveis de exigência ética, económica, social e civilizacional mais apurados. E têm-nas não para se pavonearem com o dinheiro, a inteligência ou o status social inerentes , e sim para projectarem para o país um comportamento consentâneo com essas oportunidades. O respeito que nos merecem é directamente proporcional à realização da segunda e totalmente independente da primeira. O Portugal actual é o produto de todas as decisões passadas. Eu pergunto: foi, é e será o português médio quem decide?

quarta-feira, janeiro 11, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Portugal não vai mudar. As TV´s vão continuar a convencer o povo que os "homens grandes" deste pais são: Carvalho da Silva, o cabo Luis Reis, o José Manageiro da GNR e mais uns sindicalistas da PSP e da Função Pública. Não trabalham, não deixam trabalhar e são tratados como heróis. Portugal é um caso perdido. Tal como disse o ministro Teixeira dos Santos, só aguardamos a declaração de falência, por volta de 2015, talvez antes. Mas é sempre agradável ler estas "coisas"...

quarta-feira, janeiro 11, 2006  
Anonymous Anónimo said...

O actual Estado comete graves injustiças fiscais sobre os contribuintes, sobretudo pela via indirecta, ou seja, através dos Municípios. O próximo Presidente, deveria, portanto ter uma acção positiva e de controlo sobre o Governo, a fim de evitar que os contribuintes continuem a ser expoliados com impostos abusivos, que nos Municípios crescem acima dos 50 % por ano, e deveria fazer qualquer coisa para limitar o despesismo do Estado, que é o causador de tantos abusos sobre os contribuintes.

quarta-feira, janeiro 11, 2006  
Blogger Mulah Omar said...

Sinceramente parece-me que Soares, apesar de alguns defeitos que se lhe reconhecem é profundamente injustiçado neste artigo aqui colocado.

Trata-se de uma diatribe sem fundamento, ao pior estilo das catilinárias da antiguidade.

Ataque-se as ideias, o pensamento ou a acção no plano político.

Mas não se invente, nem se ataque a pessoa.

quinta-feira, janeiro 12, 2006  
Anonymous Anónimo said...

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segunda-feira, março 05, 2007  

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