terça-feira, janeiro 24, 2006

Habitual superioridade de Esquerda.

"O problema com Cavaco Silva não é só ele ser o primeiro presidente oriundo da direita política, nem o inigma sobre a sua prática presidencial. É ele suceder a quem sucede: 10 anos de um presidente maior do que o País (Mário Soares); 10 anos de um dos presidentes mais cultos e "aristocratas"(no verdadeiro sentido da noção) que já tivemos (Jorge Sampaio). Ter agora um presidente que não ultrapassa os limites de uma cultura economista e tecnocrática é uma enorme sensação de despromoção..."

Vital Moreira no Causa Nossa
Novamente o habitual sentimento de superioridade intelectual e moral. Eis o exemplo típico da insuportável arrogância da esquerda, alicerçada na visão amputada da democracia, que desqualifica intelectual e moralmente o adversário.

Como melhor explica Diogo Pires Aurélio, “o Estado Novo, ao instituir a censura e "limpar" a universidade de toda e qualquer atitude crítica, condenou a sociedade a um modelo de cultura unitário, onde tanto a verdade do poder como a verdade que acabou, mais ou menos clandestinamente, por se impor contra ele se pensavam a si mesmas como dogmas sem refutação possível, quais incarnações singulares da seriedade intelectual e da honestidade moral. A revolução destruiu, é certo, as bases jurídicas e políticas em que assentava semelhante modelo de cultura. A sua influência, disseminada embora, continuou no entanto a fazer-se sentir.

Primeiro, porque uma política como a seguida pelo anterior regime só poderia levar a uma generalizada pobreza intelectual dos seus quadros, tornando fácil desbaratá-los a seguir ao 25 de Abril.

Segundo, porque a cultura que depois se tornou dominante, mais do que o unanimismo, vituperava no Estado Novo o reaccionaríssimo. Talvez fosse uma cultura progressista. Não era, certamente, uma cultura pluralista. A súbita conversão, no dia 26 de Abril, de quatro quintos dos intelectuais ao marxismo-leninismo diz tudo a esse respeito
.”

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