sexta-feira, fevereiro 06, 2009

6 de Fevereiro de 1998.


Às 16h30 de 6 de fevereiro de 1998, o Jeep do cantor Falco foi atingido por um autocarro em alta velocidade, quando tentava entrar na estrada que liga Susua a Puerto Plata, no norte da República Dominicana, onde estão localizados diversos complexos hoteleiros para turistas alemães.

Foi em 1978, na ainda Berlim Ocidental, que o austríaco Hans Hölzer decidiu sair do anonimato e "se lançar na vida pública", como ele mesmo gostava de contar. Nascia assim Falco. O cantor incorporou como ninguém os anos 80, uma década de muita oscilação nos rumos da música. As tendências variavam constantemente. Nascido em 1957 em Viena, Falco explorou cada onda para ter sucesso. Somente a um aspecto ele manteve-se fiel: os cabelos sempre engomados cuidadosamente com gel. Hans Hölzel teve aulas de piano ainda garoto. Seus professores reconheceram logo seu talento. A carreira musical começou como baixista da Drahdiwaberl, uma banda quase anarquista para os padrões austríacos. Em algum momento nesta época, ele tomou emprestado o pré-nome de um saltador de esquis da então Alemanha Oriental.

Nas paradas – O primeiro sucesso em sua carreira solo veio em 1982, com Der Kommissar, que também conquistou seu espaço nas rádios e pistas de dança brasileiras. Neste hit, ele ridicularizava os socialites de sua cidade natal. A nova onda alemã (Neue Deutsche Welle) catapultou o cantor vienense nas paradas. Em meados dos anos 80, alcançou nos Estados Unidos o maior sucesso de sua vida. Rock Me Amadeus manteve-se durante três semanas no primeiro lugar do Billboard. Nunca uma canção gravada em alemão havia conseguido isto. Claro que para isto colaborou o filme homônimo ao hit, exibido naquela época nos cinemas. De todo modo, Falco havia dado seu alô ao mundo.

Decadência – Enquanto brilhava nos Estados Unidos, o austríaco ganhava as manchetes em seu país por outras razões. A imprensa acusava o cantor excêntrico de consumo excessivo de álcool e drogas. E Falco também era sempre visto com novas mulheres. Após a morte do popstar, o semanário Die Zeit resumiu:

"O nível caiu, o teor alcoólico subiu. Como artista, Falco já havia acabado, mas como personalidade austríaca ainda poderia sobreviver por décadas na mídia."

Boicote lucrativo – Jeanny foi o último grande sucesso do cantor. A canção de letra confusa trata, aparentemente, do estupro de uma menina escolar, o que gerou uma discussão violenta na opinião pública. Jeanny entrou na lista negra dos fiscais dos bons costumes e foi boicotada por numerosas emissoras de rádio. Isto tudo não prejudicou as finanças do provocador – talvez tenha até colaborado. Jeanny tornou-se o single mais vendido de 1996, com mais de 2,5 milhões de exemplares comercializados.Falco ainda tentou um comeback várias vezes. A repercussão de seu trabalho não era mais a mesma. Parecia uma versão deteriorada dos bons tempos.

O fim – Para dedicar-se ao álbum Out of the Dark, o multimilionário mudou-se para o Caribe. Falco não viu, porém, o lançamento do CD.

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