O nosso Portugal.

"O médico, de 36 anos de idade, residente na localidade galega de Celanova, conquistou a simpatia e a amizade da população de Melgaço ao longo dos três anos e meio que trabalhou como clínico geral, contratado, no Centro de Saúde local.Quando se soube que a Administração Regional de Saúde do Norte não lhe renovaria mais nenhum contrato, por terem acabado os contratos de avença, a população revoltou-se e realizou uma manifestação com mais de mil pessoas em frente ao Centro de Saúde. Para além disso, enviou ao Ministério da Saúde um abaixo assinado, com mais de 800 assinaturas, a reclamar a continuidade do clínico em Melgaço.Perante o “não redondo” do Ministério da Saúde, a população uniu-se, pediu ao médico que não os abandonasse e prometeu-lhe “toda a ajuda” para a abertura de um consultório na vila.As manifestações de solidariedade tocaram-lhe “no fundo da alma” e, sem perder tempo, alugou o rés-do-chão de uma casa, dividiu-o em consultórios e sala de espera e prometeu “consultas baratas”.“Chamamo-lhe Consultório do Povo porque isto é deles e eles merecem-no. Eu devo-lhes muito e a minha forma de agradecer é cuidar da saúde a preços que eles possam suportar”, disse ao CM o clínico Napoleon Sanchez, referindo que “este é um dia de grande felicidade.”

As consultas são mais baratas, já se disse, custando, para quem pode, cerca de metade do preço do que se pratica na clínica privada. Já para os mais pobres, a consulta pode custar menos do que a nova taxa moderadora das urgências dos hospitais. Mas não se trata de uma consulta normal. Para além de ser observado, questionado e escutado, o paciente pode também fazer uma ecografia ou um electrocardiograma, sem pagar mais um cêntimo sequer. Mas o médico Napoleon, que não teve coragem de abandonar os seus pacientes, quer ir mais longe, abrindo consultas de várias especialidades, como cardiologia, pediatria ou ortopedia, tudo a preços baixos. "

CM