terça-feira, abril 25, 2006

Discurso de Cavaco Silva.

"Tive oportunidade, nesta mesma casa, aquando da minha tomada de posse, de sublinhar a responsabilidade que impende sobre a classe política, nesse esforço de melhorar a nossa democracia e reforçar o prestígio das instituições da República e dos seus titulares". A comemoração do 25 de Abril seria uma ocasião propícia para reflectir sobre o que desejamos do nosso sistema político, o que esperamos do papel e do funcionamento dos partidos, o que é exigível do comportamento dos eleitos e demais agentes políticos, o que deve ser feito para que os cidadãos ganhem uma nova confiança e respeito pela actividade política e para que a democracia se revitalize e suscite na juventude portuguesa maior motivação e entusiasmo. Os agentes políticos têm de ser um exemplo de cultura da honestidade, de transparência, de responsabilidade, de rigor na utilização dos recursos do Estado, de ética do serviço público, de respeito pela dignidade das pessoas, de cumprimento de promessas feitas."

Cavaco Silva ousou ser o primeiro Presidente da República a não levar um cravo na lapela. Ousou também puxar as orelhas aos deputados, ainda que indirectamente. Crimes de lesa-majestade que vão fazer correr muita tinta.

Curiosidade. Será que os eternos ressabiados vão conseguir fazer uma análise crítica construtiva ao discurso de Cavaco, ou vão quedar-se por aspectos colaterais?

10 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Parece-me absolutamente patético ligar um puro acto revolucionário ao uso de um cravo. Seria irracionalmente limitativo. Quer dizer, quem usar cravo na lapela identifica-se com o "espírito" do 25 de Abril (sobre isto haveria muito a dizer), quem não usar não passa de um saudosista dos tempos do Estado Novo !!! Porventura, existe algum símbolo que represente o início da nacionalidade ... da Restauração ... ou a implantação da República ?? Para quê criar polémicas mesquinhas ??!!
Já alguém pensou que adopção do cravo se deveu, pura e simples, ao facto de na madrugada de Abril existirem algumas vendedeiras lisboetas (exclusivamente na capital) que já tinham iniciado a sua jorna e que, de uma forma espontânea, disponibilizaram as ditas flores. Sempre é algo mais agradável do que um nabo ou um molho de grelos.
Mas porquê é que as forças ditas de esquerda se agarram como lapas so símbolo do cravo, sabendo-se que a própria revolução levou um rumo que não lhes era desejado ??
O cravo é apenas um símbolo e sem qualauer explicação lógica ... o verdadeiro significado do 25 de Abril ainda está por explicar e seria bom que alguns militares "revolucionários" explicassem as verdadeiras motivações de um golpe que não incidiu sobre as condições sociais (efectivamente muito degradadas) mas essencialmente sobre um "status quo" existente entre as diversas estruturas militares (provocado principalmente pela paupérrima situação dos regimentos militares existentes) e pelas facções de interesse na guerra colonial.
Seria bom que alguns descessem da poltrona de glória e de comodismo que se encontram e explicassem de vez porque se fez o 25 de Abril ... por acaso eu até lidei com alguns militares de Abril e percebo algumas das motivações.
Agora o que não percebo (e não percebererei nunca) é como aparecem novas gerações a reclamar o espírito revolucionário (que parece unicamente assente no uso do cravo na lapela) quando, ao fim de 32 anos, Portugal continua na cauda da Europa, sobrevivendo à custa de subsídios e fundos europeus. A tendência parece ser a de piorar.
O 25 de Abril foi apenas um golpe militar, a que a asquerosa e interesseira classe políti��

terça-feira, abril 25, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Parece-me absolutamente patético ligar um puro acto revolucionário ao uso de um cravo. Seria irracionalmente limitativo. Quer dizer, quem usar cravo na lapela identifica-se com o "espírito" do 25 de Abril (sobre isto haveria muito a dizer), quem não usar não passa de um saudosista dos tempos do Estado Novo !!! Porventura, existe algum símbolo que represente o início da nacionalidade ... da Restauração ... ou a implantação da República ?? Para quê criar polémicas mesquinhas ??!!
Já alguém pensou que adopção do cravo se deveu, pura e simples, ao facto de na madrugada de Abril existirem algumas vendedeiras lisboetas (exclusivamente na capital) que já tinham iniciado a sua jorna e que, de uma forma espontânea, disponibilizaram as ditas flores. Sempre é algo mais agradável do que um nabo ou um molho de grelos.
Mas porquê é que as forças ditas de esquerda se agarram como lapas so símbolo do cravo, sabendo-se que a própria revolução levou um rumo que não lhes era desejado ??
O cravo é apenas um símbolo e sem qualauer explicação lógica ... o verdadeiro significado do 25 de Abril ainda está por explicar e seria bom que alguns militares "revolucionários" explicassem as verdadeiras motivações de um golpe que não incidiu sobre as condições sociais (efectivamente muito degradadas) mas essencialmente sobre um "status quo" existente entre as diversas estruturas militares (provocado principalmente pela paupérrima situação dos regimentos militares existentes) e pelas facções de interesse na guerra colonial.
Seria bom que alguns descessem da poltrona de glória e de comodismo que se encontram e explicassem de vez porque se fez o 25 de Abril ... por acaso eu até lidei com alguns militares de Abril e percebo algumas das motivações.
Agora o que não percebo (e não percebererei nunca) é como aparecem novas gerações a reclamar o espírito revolucionário (que parece unicamente assente no uso do cravo na lapela) quando, ao fim de 32 anos, Portugal continua na cauda da Europa, sobrevivendo à custa de subsídios e fundos europeus. A tendência parece ser a de piorar.
O 25 de Abril foi apenas um golpe militar, a que a asquerosa e interesseira classe política não soube dar seguimento.

terça-feira, abril 25, 2006  
Anonymous Anónimo said...

A luz do sol dir-se-ia escorrer, e de certo modo alastra em todos os sentidos, mas sem se esgotar, porque esse escoamento é extensão.
Por isso essas ondas de luz se chamam raios, que são uns pauzinhos com comprimento.
Mas que vem a ser um raio?
Abra-se os olhos e repare-se na luz do sol quando entra por uma frincha num quarto escuro.Dardeja em linha recta e poisa, por assim dizer, no primeiro corpo que encontra e a impede de ir mais além.
E ali fica sem deslizar nem cair.
Assim a inteligência deve irradiar e espalhar-se, não esgotando-se, mas por sobre a extensão das coisas. Cumpre-lhe não tropeçar violentamente com barulho nos obstáculos em que esbarra, e menos ainda fugir para longe; poise e ilumine o objecto que a recebe. O objecto que lhe fosse inóspito ficaria às escuras.
Hoje, durante alguns instantes, Portugal ficou às escuras. Ainda mais às escuras que já estava.
Quem iniciou a campanha da injustiça social, deveria estar calado, de vergonha e como que incomodado pelo raio de luz que entra no espírito dos portugueses, ainda mais às escuras, devido a "mestres" destes na arte de falar sem nada dizerem. Alguns podem ter ganho um presidente da república. Seja. Mas Portugal nada ganhou com isso. Bem pelo contrário.

terça-feira, abril 25, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Ouvi o discurso com atenção aqui na rádio do grémio proletário de Girabolhos e também não me consigo conformar com o facto deste eucalipto reaccionário eleito por uma unha negra pela direita trauliteira deste país ter conseguido fazer um discurso brilhante,socialmente bondoso ,coerente e democrático.Se não fosse pela minha disciplina mental aos dogmas do socialismo científico ,quase me converteria à ideia que pela primeira vez em anos Portugal vai ter um PRESIDENTE...

terça-feira, abril 25, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Sem dúvida um excelente discurso do Sr.Presidente da Republica, digno da data gloriosa do 25 de Abril/74.Parabens

terça-feira, abril 25, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Grande discurso... grande em tudo, menos nos elogios descabidos.
O Sr. Presidente falou de uma forma clara e deu uma clara resposta aos desmandos de governo que temos assistido.
Falou muito bem sobre a desertificação do interior, quando o actual (des)Governo quer acabr com hospitais e sobre as políticas contrárias a todo o bom senso que temos vindo a assistir.

terça-feira, abril 25, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Cavaco, segundo as suas competências, falou sobre os aspectos que são o "cancro" da nossa sociedade
e mostrou as prioridades para o combater. Foi firme, com projectos de orientação bem definidos.
Aqueles que tanto medo tinham das suas atitudes, como Presidente da República, podem dormir descansados, sabe bem qual é o seu papel e o seu contributo.
Na sua época e durante os 10 anos em que foi Primeiro Ministro, os portugueses tinham outro poder de compra. Hoje, estamos na cauda da Europa
porque a luta é partidária, é sempre o poder que está em causa e não o bem estar do povo.
O povo sente na pele a ambição dos políticos, os "grandes" continuam com os privilégios e os "pequenos" agravamentos atrás de agravamentos.
No discurso de Cavaco Silva ficou bem patente as preocupações que a maioria da população sente.
Quem ficou menos entusiasmado, com o seu discurso, como não podia deixar de ser foi o Bloco e o PCP, outra coisa não era de esperar. Só se conformam e consideram correcto com aquilo que eles próprios dizem e fazem, os outros são "paisagem" política. E assim vai este Portugal.

terça-feira, abril 25, 2006  
Anonymous Anónimo said...

A classe política em nada honra a nobre missão para que são eleitos. A sua actuação é um bracejar habilidoso sobre umas águas fétidas e pútridas resultantes da sua actuação. É onde um povo se afunda na vã esperança de purificação.

A intrujice, está de tal modo enraizada no comportamento político que é um facto aceite eles mentirem para atingirem o poleiro. Diariamente chega ao conhecimento público formas de estar que em nada dignificam a classe de eleitos.

Pergunto foi para sustentar este grupo de politiqueiros que diariamente nos mentem e sobrecarregam com impostos, que foi feito do 25 de Abril?

terça-feira, abril 25, 2006  
Anonymous Anónimo said...

O abismo entre Cavaco Silva e o resto da classe política ficou patente, sem margem para quaisquer dúvidas.
O indigente Sócrates apressou-se a dizer que o PR dava o aval à demagógica esmola do Governo aos velhinhos pobres...
Ora, é preciso que o País faça por merecer o excepcional Presidente da República que tem agora. E não parece que isso seja possível, nem com este Governo nem com estas oposições. Desgraça nossa.

terça-feira, abril 25, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Keep up the good work
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segunda-feira, outubro 02, 2006  

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