terça-feira, maio 09, 2006

Portugal.

"O primeiro-ministro e o ministro das Finanças desvalorizaram, ontem, o facto de a Comissão Europeia esperar para Portugal um desemprego mais elevado do que o previsto pelo Governo, argumentando que essa diferença resulta do facto de a CE acreditar que a nossa economia vai crescer 0,9% - o que é um valor mais modesto do que o 1,1% apontado pelo Executivo. "

"Desde que Portugal tem uma democracia instalada, ou seja desde 1974, que o país abandonou completamente a sua veia de mundialização da sua economia. A adesão à União Europeia em 1986 foi o sinal para que a frente de batalha dos negócios se centrasse na Europa, em termos de exportações, importações e captação de investimento estrangeiro. Outros mercados, como os emergentes, aqueles que oferecem maior risco mas que podem resultar num sucesso, foram completamente esquecidos. Com a crise na Europa, Portugal está agora a sofrer da sua miopia europeísta.

Nos países africanos de língua portuguesa, a presença é diminuta e na Ásia, onde a economia tem conhecido uma pujança impulsionada pela China, nem vale a pena falar. A crise aguça o engenho e pode ser desta que as empresas portuguesas, pressionadas pela globalização da economia e perda dos seus mercados tradicionais (como a Alemanha), tenham o engenho de ir mais longe. A abertura à China tem os seus perigos mas também as sua oportunidades. É triste verificar que na época das Descobertas o Oriente foi uma prioridade e que, em pleno século XXI, as empresas portuguesas não aproveitam Macau como porta de entrada para um mercado onde as potencialidades não têm limite
. "


António José Gouveia com Pedro Marques Pereira

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