Afinal não era só um sonho!

"Numa meia final do Campeonato do Mundo é assim. Por um lance se ganha, por um lance se perde. Perdeu-se o jogo e a oportunidade, talvez única, de estarmos na final em Berlim, e o pior é que todos temos a sensação de que bem poderíamos lá ter chegado. Por aquele lance do penalty, que Henrycriou; e por aquele lance de Figo, com a baliza aberta a falhar na conclusão do livre de Cristiano Ronaldo, que Barthez não segurou.

Não há vitórias morais no futebol e muito menos numa meia final de um Campeonato do Mundo. Portugal perdeu um jogo que tinha condições para ganhar. Só o sabemos, agora, depois do jogo acabar e de ficar aquela sensação a pouco, quando, de facto, esta Selecção já fez muito. Não devemos ser injustos, e muito menos ingratos. Portugal tem merecido elogios generalizados, chegou à meia final como a grande e boa surpresa deste torneio. Chegou onde muitos dos grandes, alguns campeões do mundo, não chegaram. E chegou por inteiro mérito e com uma companhia de selecções de países muito grandes, com experiência de finais e de títulos de campeões do mundo. Mesmo assim bateu-se tão bem e tão dignamente, que durante muito e muito tempo o galo francês não se atreveu a pôr a crista fora da capoeira. Portas trancadas, aqui e ali, um ventinho azul do apito, a soar a favor, como é norma nestes grandes jogos entre grandes equipas, mas de grandes e de pequenos países.

É natural que neste primeiro dia, de ressacadas emoções, e de tristeza, profunda e dura tristeza, a Selecção sinta que não acabou apenas o Mundial, mas que acabou, mesmo, o mundo. O tempo, que é bom conselheiro, há-de curar essas feridas, e Portugal deverá regressar ao palco maior do futebol, no próximo sábado, para jogar esse jogo de honra com a Alemanha. Scolari saberá dizer-lhes que o que a selecção fez neste Mundial, merece um final feliz (mais aqui)."

A Bola