Flop Costa.
"Teve origem criminosa o incêndio florestal que ontem matou um bombeiro português e cinco chilenos em Famalicão da Serra, Guarda. O suspeito – um homem residente no concelho – foi detido pela GNR e é hoje presente a Tribunal às 10h00 para primeiro interrogatório judicial. Responde pela pior tragédia desde que 13 soldados da paz morreram em Águeda há 20 anos. “Foi o inferno aqui”, resumiu Joaquim Rocha, pai da vítima portuguesa. Os sapadores chilenos tinham sido deixados no local por um helicóptero, um método de deslocação de meios também usado pela GNR que é uma forte aposta no dispositivo de combate para 2006. Quando as condições meteorológicas se alteraram, alguns elementos conseguiram fugir para uma zona de segurança, mas Sérgio Rocha e os bombeiros sul-americanos ficaram cercados e isolados..""No dia 5 de Julho, o ministro António Costa felicitava-se com o balanço "positivo" da época dos fogos por apenas terem ardido até finais de Junho pouco mais de seis mil hectares, atribuindo esse desempenho "à boa detecção e intervenção no controlo das ignições". Esta atitude assemelhou-se à de um treinador de uma equipa de futebol que se congratula por não ter sofrido ainda qualquer golo aos 10 minutos de jogo. Na verdade, o Verão ainda agora vai no início. E lançar foguetes antes da festa quase nunca dá bons resultados. E assim aconteceu, mais uma vez: um dia depois das afirmações do ministro, o avião de extinção russo Beriev - a coqueluche do Governo para esta época dos fogos - quase se estatelava e, ironicamente, causou incêndios na subsequente operação de emergência. Três dias após as declarações do ministro, eis que surge uma catástrofe: seis bombeiros morrem num incêndio, rodeados pelas chamas. Infelizmente, não é uma surpresa. Em Portugal, a tragédia espreita ao virar da esquina.
CM
Embora seja ainda prematuro apontar as causas para estas mortes, espera-se que não se caia no erro de culpar o incêndio e as condições meteorológicas. O vento e o fogo são imprevisíveis e traiçoeiros - e isso é algo que se deve assumir sempre - e sobretudo inimputáveis. Mesmo que, como assume o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil, o fogo tenha rodeado os bombeiros devido a uma mudança brusca do vento, algo de estranho se terá passado na Guarda. Por duas razões: os bombeiros chilenos eram bastante experientes e somente em circunstâncias anómalas um fogo faz um cerco completo de 360 graus sem que ninguém, em tempo útil, se aperceba.
Na verdade, grande parte destas mortes poderia - e deveria - ser evitada se em Portugal se "respeitasse" o inimigo. Ou seja, se se assegurasse sempre a existência de uma rápida evacuação dos bombeiros que estão na frente de fogo, prevendo as tais situações de alteração brusca dos ventos. Para isso, em todas as situações de fogo, deveria existir uma rede portátil de medição dos ventos e um sistema individual de comunicações e alerta de urgência (veja-se, por exemplo, o método que as equipas de arbitragem do Mundial de futebol usaram). Além disso, seria fundamental que os bombeiros soubessem, antes de irem para a frente de fogo, quais as "saídas de emergência" nos casos de mudanças bruscas das condições do incêndio. Ou seja, para isso, deveria existir cartografia actualizada e disponível. E, de igual modo, a coordenação operacional terá de melhorar a sua eficácia. Basta observar como estes aspectos são levados ao pormenor em outros países (o exemplo da Andaluzia) (mais aqui) "
Como irá o mestre das estatísticas justificar-se desta vez?
4 Comments:
Parece que o Beriev esta preparado para fazer incendios e nao combate-los. Possivelmente irao gastar uma fortuna com isto tudo, e os senhores dos avioes serao os primeiros a fazer com que hajam incendios. Bastante simples de controlar.... cortem o pescoco aos incendiarios e tudo se resolve. Coitados dos Portugueses que andam tao cegos.... Facam manifestacoes, facam ouvir as vossa vozes......
Aviões russos sempre foram famosos ...a cair! É que normalmente o barato sai caro, sr. ministro da Ad. Interna. O senhor se tivesse mais experiência da vida, sabia isso!
Políticos e comunicação social despejam informação no sentido de os meios envolvidos no combate aos incêndios serão os limitadores destes,impedindo-se catástrofes.É dada a(falsa)ideia q o combate aos incêndios passa por aqui.Ora,isto não é assim, uma política de ordenamento do território com impedimentos legais à construção,obrigatoriedade d manutenção dos terrenos e aposta em cooperativas...
Best regards from NY!
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