Médio oriente.
"Israel está a mostrar dificuldade em conviver com as mudanças políticas operadas na região. Por um lado, temos o Hamas que venceu as eleições na Palestina; por outro, o Hezbollah que, num processo muito livre e democrático, fortemente apoiado pela comunidade internacional, nomeadamente os EUA, integra a coligação vencedora das eleições do ano passado no Líbano. Esta mudança pela democracia acabou por levar ao poder partidos islamitas que, ao longo dos anos, mantiveram um combate contínuo contra o Estado de Israel.A reacção de Israel, agora, é absolutamente desproporcionada face à dimensão do problema. "
JN
A culpa é sempre dos israelitas. A origem deste recente conflito, o sequestro e assassínio de soldados israelitas, Não interessa. A verdade é que se tratou de uma provocação dos tais que só a guerra justifica a sua existência, seja por desespero ou fanatismo. E a crescente melhoria do armamento em posse dos terroristas, financiados por Teerão e Damasco, justifica voltar a criar uma "zona de segurança" no Sul do Líbano. Haifa, a terceira maior cidade de Israel e o principal centro industrial do país, tem sido alvo de rockets lançados a partir do Sul do Líbano. Coisa que tem passado despercebida nos habituais comentadores.
Para mais, "habituámo-nos há muito a olhar para o Médio Oriente com um relativismo tolerante. Damos por adquirido que é e será uma zona de conflito continuado. Quase aceitamos como natural que israelitas e palestinianos se odeiem e matem. A frieza, o calculismo e o cinismo com que os senhores do mundo costumam avaliar as atrocidades entre israelitas e palestinianos ajudaram a banalizar a violência. De vez em quando, como é o caso presente, perante a escalada da violência, tocam as sirenes globais apelando ao entendimento. O discurso das chancelarias varia consoante as simpatias estratégicas. O dos analistas e estrategos tende a centrar-se nas subtilezas políticas: entre falcões e pombas, entre homens do compromisso ou do boicote permanente. O problema central, que deve colocar-se antes de tudo, não passa pelas leituras do jogo de forças ou sequer pelas motivações das várias máquinas de guerra. E é de uma guerra que se trata. O problema central, quando olhamos para Israel, o Líbano e os territórios palestinianos, é o crime continuado contra a humanidade. Aquilo a que assistimos é a um confronto assimétrico entre aparelhos de guerra e de guerrilha que aniquilam de forma absoluta, cruel e premeditada vidas humanas inocentes. Esta é a questão primeira, antes de qualquer interpretação política e estratégica (mais aqui).
3 Comments:
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