sexta-feira, agosto 18, 2006

Os novos fascistas.

"Um terço dos muçulmanos britânicos entre os 18 e os 24 anos declara que preferiria viver num Estado sob a lei da ‘sharia’ do que sob a lei inglesa.

Num discurso realizado no dia 9 de Agosto, no ‘think-tank’ Demos em Londres, o ministro britânico do Interior, Jonh Reid, declarou que o Reino Unido “enfrenta a maior ameaça desde a Segunda Guerra Mundial” e referiu-se aos terroristas islâmicos como os “novos fascistas”. Premonição, ou talvez não, no dia seguinte Heathrow, e com ele parte do mundo, parava com o alarme de um plano para fazer explodir dez aviões de passageiros sobre o Atlântico. Uma memória que guardo do aeroporto Heathrow é a da minha filha a chegar da sua primeira viagem de avião. Nos braços da mãe, demasiado pequena, é certo, para perceber ou desfrutar o momento, tinha pela primeira vez usufruído da liberdade de circulação que caracteriza o mundo livre.

A estes novos fascistas, para usar as palavras de Jonh Reid, não lhes basta conceber os mais hediondos e cobardes dos massacres, têm uma obstinação pela limitação das nossas liberdades e em particular pela liberdade de circulação. Não estamos perante, e nunca é de mais recordar, nenhum grupo de libertação, de justiceiros da globalização ou tão-somente de paranóicos à solta. Estes senhores têm uma missão: acabar com o nosso estilo de vida e submeterem-nos ao mais obscuro dos totalitarismos. No Afeganistão dos talibãs, de onde saíram os malditos “mártires” do 11 de Setembro, o Ministério da Religião e o ministro “da prevenção do vício e da promoção da virtude”, seriam porventura suficientes para meter a malandragem na ordem e pôr cobro a actos de libertinagem e sem-vergonhice como ouvir música, ter fotografias ou participar em celebrações sociais onde homens e mulheres de famílias diferentes se possam encontrar. À falta destes eficientes guardiães da ‘sharia’, nas sociedades ocidentais, onde o laicismo e as liberdades individuais imperam, os métodos de evangelização são um pouco mais pesados. O mesmo é dizer que se a conversão dos infiéis não vai lá com leituras, vai com atentados terroristas.

Na sua coluna no ”The Guardian”, curiosamente no dia em que o plano foi desmantelado, Timothy Garton Ash lamentava-se de como o último ano tem sido decepcionante para aqueles que, como ele, acreditavam que o modelo britânico de integração dos muçulmanos era bem mais promissor do que o francês. Referindo uma reportagem do Chanel 4 e estudos de opinião recentes, o autor assinala que o sentimento de não pertença é ainda mais apurado entre os jovens muçulmanos em Inglaterra e que as sondagens revelam dados impressionantes, como o facto de 1/3 dos muçulmanos britânicos entre os 18 e os 24 anos declarar que preferiria viver num Estado sob a lei da ‘sharia’ do que sob a lei inglesa.

É este o choque. Entre o mundo livre e aberto, que exulta o respeito pelas liberdades individuais e os méritos do Estado de Direito, e um bando de fanáticos que quer impor a sua “verdade”, nem que seja, na sua versão mais sangrenta e radical, à lei da bomba
. "

Nuno Sampaio

8 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Como se já não bastasse a judeofobia tupiniquim para envenenar, no Brasil, o debate racional sobre as causas históricas do conflito no Oriente Médio e a busca de soluções políticas para o mesmo, a revista eletrônica Carta Maior acaba de importar a judeofobia lusa: no artigo ‘O coração da Matéria` (2/6/2004)’, o professor de economia Boaventura de Sousa Santos, da Universidade de Coimbra, prega a velha medida nazista de boicote aos judeus sob a forma atualizada e pós-moderna do boicote ao Estado judeu.
Para apresentar a medida neo-hitlerista como libertária e progressista, o catedrático português, à maneira de Saramago, inverte a realidade, qualificando o único Estado democrático do Oriente Médio, onde os árabes têm livre acesso à Justiça, ao Parlamento, à Universidade, etc. como regime de campos de concentração, de limpeza étnica e de apartheid.
Naturalmente, ele tem o cuidado de omitir de sua análise a judeofobia européia que presenteou a humanidade com o crime máximo do Holocausto; a recusa dos árabes em aceitar um Estado para os árabes palestinos ao lado do Estado judeu; as diversas guerras movidas pelos Estados árabes contra esse jovem Estado; a limpeza étnica de milhares de judeus orientais expulsos dos países árabes onde viviam há séculos; as ações racistas e genocidas do terrorismo islâmico, que vem vitimando centenas de civis na terra ancestral dos judeus.
A ordem superior recebida pelo escriba é a de reduzir o conflito a um ritualístico “massacre” de palestinos pobres e oprimidos por israelenses colonialistas e opressores. Mas para os que pensam por si mesmos e assim resistem à nova judeofobia, a leitura do artigo desse neo-Saramago causa asco. Não pensem os fascistas de hoje, que tentam dignificar seus instintos assassinos com a bandeira da “nobre causa palestina”, que estão conseguindo enganar a todos. No futuro, nossa época será vista como a era do terror em massa servido pela propaganda de milhares de medíocres universitários que preparavam, com seus discursos infectos, um Segundo Holocausto.
Os novos fascistas hoje se mascaram de “intelectuais esclarecidos” para continuar a perseguir o sonho bestial da igualdade, tão rapidamente desintegrado na prática, mas sempre vivo na teoria. Em seu sadismo característico, eles se apóiam em “fontes e interpretações judaicas” para pregar a destruição dos judeus, eximindo-se de qualquer retrógrado anti-semitismo. Fica, contudo, patente, a cada nova peça de propaganda, que os fascistas de hoje encontraram, no Estado de Israel, a imagem magnificada do “judeu malvado” que os perseguia no íntimo, gravada que fora em suas mentes ainda infantis por um sistema educacional deformado por séculos de anti-semitismo.
Tendo suas mentes turvas subitamente esclarecidas pela Segunda Intifada, os novos fascistas podem alardear com orgulho sua judeofobia convertida em nobre causa progressista: eles não hesitam mais em comparar o Estado judeu ao que há de mais odioso na face da Terra, um Estado que, por sua mera existência, merece ser estigmatizado, condenado, boicotado, isolado e, finalmente, destruído.
Hoje o lar judeu é chamado de “Nazisrael” por José Arbex e por “Israelixo” pelos neonazistas; extremistas de esquerda e de direita abraçam a mesma causa, apoiados por inúmeras resoluções da ONU, tão tímida quando se trata de condenar o terrorismo islâmico ou a limpeza étnica no Sudão. Vivemos a formação de um novo fascismo global, e os agentes desse novo fascismo desejam esquecer o Holocausto para conquistar uma boa consciência enquanto preparam um novo Holocausto.
Disfarçados de progressistas, assumem o papel de cavaleiros da esperança, abandonado pelas esquerdas, tão desnorteadas com a ruína da URSS, a queda do Muro de Berlim, a desintegração do comunismo do Leste europeu, a ocidentalização da China e o lento apodrecimento de Cuba.
Para os órfãos de Mussolini, Salazar, Franco, Hitler, Stalin, Tito, Hoenecker, Ceaucescu, Hoxha, Mao e Pol Pot, que ainda se agarram às camisetas de Che Guevara e às barbas brancas de Fidel Castro, antevendo o Declínio do Império Americano, o totalitarismo islâmico representa a última esperança dos famélicos da Terra. Basta! O Holocausto não justifica tudo, mas justifica Israel, e sua luta para sobreviver num mundo cada vez mais intoxicado pela propaganda dos novos fascistas globais que, por não poderem tolerar a existência de um povo diferente, reivindicam todo poder à ONU enquanto única força capaz de impor ao Estado judeu um regime mundial de apartheid, para facilitar seu extermínio prometido em tantos documentos pelos fanáticos da causa palestina.

Luiz Nazário

Professor da Universidade Federal de Minas Gerais

sábado, agosto 19, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Cessar-fogo em Israel. Força internacional no sul do Líbano. Discursos de vitória em Damasco e em Teerão. Crise política em Tel Aviv. A guerra continua para além da guerra. E no Ocidente percebe-se que esta pausa é apenas um instante numa longa história.O conflito entre Israel e o Hezbollah mudou de facto o Médio Oriente. A julgar pelo fluxo de notícias, a "causa palestiniana" descansa paciente nos bastidores. A lógica que alimenta o conflito já não se resume à "reivindicação" da Palestina ou à "ocupação" de Israel. A colisão explica-se pelo confronto entre duas "visões políticas" para o "novo Médio Oriente" - a dos Estados Unidos da América e a do Irão. A visão de um Médio Oriente democrático colide com a ambição de um Médio Oriente islâmico, "livre" da presença de Israel. Nos dias de hoje, o Médio Oriente parece dominado pelo confronto entre duas ideologias - a ideologia democrática do Ocidente e a ideologia teocrática do Oriente. A mais recente guerra terá sido apenas um pequeno episódio de um conflito maior que o Médio Oriente.Mas o conflito entre Israel e o Hezbollah também revelou a divisão que reina no mundo Ocidental. Uma interpretação do conflito aponta para a lógica da "crise", uma lógica em que a guerra surge devido à irracionalidade das partes e à acumulação de erros políticos. A solução estará então na "diplomacia", na introdução de uma lógica política no panorama da acção militar. Uma outra percepção observa na escalada militar a lógica natural de um conflito que já se transformou numa "guerra". Uma "guerra" que opõe o Ocidente ao mundo Islâmico e em que a "diplomacia" só faz sentido na perspectiva de um prolongamento da "guerra" por outros meios. Enquanto a Europa entende a situação como uma "crise", os Estados Unidos e a Grã-Bretanha interpretam os acontecimentos pela lógica da "guerra" - seja a "guerra contra o terror", seja o "conflito entre civilizações".E temos ainda o Iraque. Um Iraque onde a "violência sectária" mata cerca de 3000 pessoas por dia. Um Iraque que ameaça a desagregação em clima de quase guerra-civil. E para além da "democracia" que governa a "Zona Verde", um Iraque em que o Ocidente se arrisca a servir como "força de interposição" num longo conflito entre Sunitas e Shiitas.De retorno à Europa, de novo Londres na rota dos atentados. O cenário que se preparava garantia uma escalada na economia do terror - Lockerbie e as Tween Towers. E de repente a memória dos "Versículos Satânicos" de Salman Rushdie. A imagem do Boeing 747 "Bostan", voo AI-420, que explode sem aviso no ar fino e frio sobre a cidade iluminada. Um ponto verde que desaparece no radar e eis uma chuva de corpos. Para o protagonista do romance, a queda representou uma nova vida. Para o autor, o romance aproximou-o da morte. Esta é uma metáfora do nosso tempo, um tempo em que morte de uns suporta a vida de outros. A realidade confunde-se com a ficção.

sábado, agosto 19, 2006  
Anonymous Anónimo said...

"Enquanto protestos violentos se sucedem no exterior - como em Líbia, Paquistão, Afeganistão, Líbano e Síria -, a Europa se preocupa cada vez mais com o perigo que vem de dentro. O novo surto de ódio de radicais islâmicos contra os países cujos jornais publicaram charges de Maomé preocupa o continente. Na Alemanha, teme-se as conseqüências de novas pregações extremistas como as que antecederam o 11 de Setembro. No Reino Unido, há uma caça a radicais, como Abu Qatada e Abu Hamza. Na França, a luta é contra a aumento dos adeptos do salafismo, corrente radical do Islã."

sábado, agosto 19, 2006  
Anonymous Anónimo said...

O Reino Unido assistiu chocado ao 11 de Setembro, sobretudo depois de revelado que ao menos um dos muçulmanos radicais que conseguiram abrigo no país na década de 1990 teria ajudado a inspirar religiosamente o grupo que atacou os EUA. A figura em questão é o clérigo Abu Qatada, que desde 2002 foi preso duas vezes. O temor aumentou depois de os britânicos terem sentido na pele o extremismo islâmico nos ataques ao sistema de transporte de Londres.

Qatada está preso e pela mesma situação passa o egípcio Abu Hamza, o polêmico líder da mesquita de Finsbury Park, que até ser estourada pela Scotland Yard em 2003 era um dos pontos preferidos por muçulmanos radicais em território britânico - de acordo com os serviços de inteligência, por lá passaram pelo menos três dos quatro terroristas do ataque de 7 de julho do ano passado e também Richard Reid, o homem que tentou explodir uma bomba em seu sapato num vôo entre Miami e Paris, há cinco anos.

Omar Mohammed Bakri, clérigo libanês que menos de uma semana depois dos atentados em Londres dizia que os britânicos estavam pagando o preço de sua participação no Iraque, foi passar férias na terra natal e desde então está proibido de voltar ao Reino Unido. Entre os nomes mais conhecidos de lideranças religiosas radicais ainda estão à solta figuras polêmicas como Abu Izzadeen, britânico de origem jamaicana que, além de se recusar a condenar os ataques a Londres, disse considerar a rainha Elizabeth II uma inimiga do Islã.

Outro na mira das autoridades é o egípcio Yasser Al-Siri, diretor de um think-tank muçulmano que britânicos e americanos afirmam ser uma fachada para suas ligações com a al-Qaeda. Embora seus ataques sejam brandos se comparados aos de Bakri, por exemplo, as sugestões de al-Siri de que muçulmanos britânicos deveriam ir para o Iraque enfrentar as forças de seu próprio país certamente levantaram sobrancelhas.

- Blair é um criminoso de guerra e, ao mesmo tempo em que defendo que a comunidade muçulmana deva isolar seus elementos radicais, não aconselho nenhum muçulmano a colaborar com este governo que patrocina regimes autoritários no mesmo Oriente Médio em que diz estar lutando pela democracia - diz o clérigo egípcio ao GLOBO.

No entanto, há quem defenda que o governo Blair está atirando no alvo errado. O sociólogo muçulmano Mohammed Seddon afirma que as autoridades britânicas deveriam se preocupar mais com os radicais que não saem das sombras, ainda que, nos últimos dias, tenha vindo à tona que os serviços de segurança teriam uma lista de pelo menos cem líderes extremistas que estariam sob vigilância.

- As autoridades britânicas estão se deixando levar pelas bravatas disparadas por clérigos cuja principal motivação parece ser a de aparecer na mídia. Os verdadeiros e perigosos radicais não fazem barulho, muito menos junto à imprensa - afirma Seddon."

sábado, agosto 19, 2006  
Anonymous Anónimo said...

A França dobrou a vigilância contra imãs radicais e está passando o pente-fino em mesquitas e organizações islâmicas. O governo tenta evitar que o salafismo, corrente radical do Islã, continue se expandindo no país. Segundo um relatório do serviço de inteligência, o movimento tem cinco mil simpatizantes na França e controla cerca de 40 mesquitas em 18 regiões do país.

Muitos radicais só são descobertos por acaso. Foi o que aconteceu com Abdelkader Bouziane, um imã argelino de uma mesquita em Lyon, que vivia há 25 anos na França, com duas mulheres e 16 filhos. Numa entrevista, disse que ‘bater na sua mulher é autorizado pelo Alcorão, mas em certas condições, sobretudo se a mulher trai o marido’. A declaração, junto com sua defesa da poligamia e da lapidação de mulheres, custou sua liberdade de ação: ele foi imediatamente expulso, retornou ao país, mas foi condenado.

Segundo um relatório do serviço de inteligência, o salafismo é uma corrente minoritária entre os 4,5 milhões de muçulmanos da França, mas sua influência nos últimos anos se estendeu por quase todo o país. Em 2000, os salafistas tinham adeptos em seis regiões. Hoje, estão em todas, à exceção de Normandia, Córsega, Limousin e Poitou-Charentes.

Jean-Luc Marret, especialista em terrorismo da Fondation pour la Recherche Stratégique, em Paris, diz que o aumento da influência desta corrente na França é ‘um pouco inquietante’:

- Há cada vez mais salafistas. Em 2002, 52 pessoas foram presas por extremismo islâmico. Em 2005, 170. Isso quer dizer que os serviços antiterroristas estão mais eficazes. Mas quer dizer também que temos cada vez mais radicais.

O que explica o aumento da influência dos radicais? Marret vê três motivos:

- Ativismo, proselitismo e um efeito de moda. Mas é preciso relativizar. Na França, há 5 mil salafistas. E isso não quer dizer 5 mil terroristas. São pessoas que não têm interesse em se integrar na sociedade francesa, mas não estão todos prontos a fazer explodir uma bomba - diz.

Curiosamente o salafismo foi implantado na França com a ajuda de um holandês convertido ao islamismo, Jacques Leenen. Após passar pela Arábia Saudita, em 1997, ele se instalou em Nord-Pas-de-Calais e trouxe vários ulemás para conferências. Uma associação, a Anas Ibn Malik, foi criada para divulgar as pregações de sauditas. A partir de 1999, o salafismo chegou a Paris.

Desde 2002, o governo começou a fechar o cerco. Uma mesquita em Vaulx-en-Velin foi fechada no ano passado depois que as autoridades descobriram que jovens se reuniam lá para ligar para a Arábia Saudita para obter conselhos no dia-a-dia. Os salafistas, agora, usam a internet: 15 sites estão sob vigilância permanente."

sábado, agosto 19, 2006  
Anonymous Anónimo said...

As suas lições só foram descobertas quando já era tarde demais. Há alguns anos, a polícia localizou numa livraria de Hamburgo fitas de vídeo com pregações do imã marroquino Mohammed al-Fazazi, que de meados dos anos 1990 até o inicio de 2001 pregava na mesquita de al-Quds, de Hamburgo.

Ele incitava o ódio em relação a americanos, cristãos e judeus. ‘Deve-se cortar a garganta de cristãos e judeus. Enquanto nos EUA muçulmanos estão nas prisões, os americanos devem ser perseguidos. O mundo inteiro deve ficar sob a bandeira muçulmana e por isso fazemos a jihad’, diz al-Fazazi num dos cassetes encontrados.

Um dos freqüentadores mais assíduos da mesquita, que fica em St. Georg, um bairro onde vivem estudantes e imigrantes, era Mohammed Atta, um dos terroristas que atacaram os EUA.

As ‘lições de Hamburgo’, como eram chamadas, foram proferidas no ano 2000 nos últimos dias do Ramadã, mês sagrado dos muçulmanos. Com base na fita, o diretor alemão Romauld Kamakar realizou o filme ‘Lições de Hamburgo’, exibido no festival de cinema de Berlim, que tenta esclarecer como as palavras de um islamista transformaram universitários em terroristas.

Fazazi voltou ao Marrocos em outubro de 2001, pouco depois do cumprimento de sua missão de doutrinar terroristas, mas suas idéias ficaram. Analistas alemães classificam 5% dos imãs que pregam nas mesquitas alemãs como ‘islâmicos radicais’. Segundo Sascha Steuer, vereador no bairro de Neukölln, onde grande parte da população é muçulmana, o problema do radicalismo existe não apenas nas mesquitas mas sobretudo nas escolas corânicas.

- Nos últimos cinco anos, foram criadas dezenas de escolas corânicas, sobre as quais não temos o menor controle - diz ele.

As escolas procuram doutrinar crianças já nos primeiros anos de vida. Depois disso, não é mais difícil aceitarem quando adultas teses como a do imã Metin Kaplan, conhecido como Califa de Colônia, por pregar a criação de um califado na cidade. Kaplan, nascido em 1952, era filho do também imã Cemaleddin Kaplan, de Ancara, Turquia, que veio para a Alemanha no final dos anos 1970. Em 1995, depois da morte de Cemaleddin, Metin passou a tentar atrair turcos para a idéia da criação de um Estado islâmico na Turquia.

Já nos anos 90, mais de vinte adeptos de Kaplan foram presos na Turquia acusados de planejar atentados. Em 1999, Kaplan foi preso e condenando por ter influenciado adeptos para o assassinato de um rival, Ibrahim Sofu, que disputava com Metin a liderança do imaginado califado. No ano passado, Kaplan foi deportado para a Turquia, onde foi condenado à prisão perpétua acusado de autoria intelectual de atentados."

sábado, agosto 19, 2006  
Anonymous Anónimo said...

A violência deflagrada em vários países por extremistas muçulmanos em protesto contra a publicação pela imprensa européia de caricaturas do profeta Maomé prestou um enorme serviço a um grupo na Europa: a extrema-direita. Xenófobos, na sua maioria, e com um discurso cada vez mais antiislâmico, eles aproveitam mais uma crise envolvendo muçulmanos para ganhar espaço.

Na Dinamarca - onde as caricaturas foram primeiramente publicadas pelo jornal ‘Jyllands-Posten’, em setembro do ano passado - uma pesquisa mostrou que a maioria dos cidadãos (58%) responsabiliza os líderes religiosos muçulmanos do país pela propagação da crise. Outra sondagem mostrou que seis em cada dez dinamarqueses têm uma imagem mais negativa do Islã devido à crise dos cartuns.

Líder prega o fim da ‘islamização da França’

O terreno não poderia estar mais fértil para a extrema-direita. É o que explica o sucesso do radical Partido do Povo Dinamarquês, hoje a terceira força política no Parlamento, segundo uma pesquisa feita em 2 de fevereiro. Já na França, Phillipe de Villiers, líder de extrema-direita cotado para a eleição presidencial de 2007 (superou o extremista Jean-Marie Le Pen nas pesquisas de opinião) quer condicionar a construção de mesquitas no país a um compromisso dos religiosos de respeitar a igualdade entre os sexos e liberdade. Villiers prega o fim da ‘islamização da França’. O país tem quase cinco milhões de muçulmanos, a maior comunidade da Europa.

O partido de Villiers - Movimento pela França - é radicalmente contra a União Européia e a imigração. Para o líder, a controvérsia e a violência provocada pelas caricaturas é a prova de que ‘há um fosso cultural’ entre a Europa e o mundo muçulmano. Sua reação não surpreende Mouloud Aounit, líder do Movimento Contra o Racismo e Pela Amizade entre os Povos (Mrap):

- Assistimos a uma explosão de delírios racistas antiárabes e antimuçulmanos - declarou Aounit, que considera a luta de sua organização, agora bem mais difícil.

A extrema-direita prolifera também na internet, em sites como France-Echos, SOS-France e Occidentalis. Denis Greslin, ex-candidato da Frente Nacional, de Le Pen, está à frente do Occidentalis. Num dos artigos do France-Echos, o site é descrito como um patriota que resiste ao nazi-islamismo.

A briga da extrema-direita com os muçulmanos é anterior à crise das charges. No ano passado, na Bélgica, o líder do partido de extrema-direita Vlaams Belang, Filip Dewinter, comprou uma enorme briga com movimentos anti-racistas do país quando admitiu numa entrevista à revista judaica ‘Jewish Week’, de Nova York, que seu partido tinha ‘islamofobia’.

Quando o entrevistador lhe perguntou por que judeus da Bélgica deveriam votar num partido xenófobo como o seu, ele respondeu: ‘Xenofobia não é a palavra que eu usaria. Se é uma fobia, então que seja islamofobia.’ Em seguida, acrescentou: ‘Sim, temos medo do Islã. A islamização da Europa é de dar medo. Se o processo continuar, os judeus serão as primeiras vítimas. A Europa se tornou tão perigosa para eles (judeus) como o Egito e a Argélia.’

Organizações que lutam contra racismo, anti-semitismo e xenofobia na Bélgica, como a Mrap, acusaram o líder da extrema-direita de querer seduzir os 17 mil judeus da Antuérpia - onde o partido tem força -- e de estar instigando a comunidade judaica contra a muçulmana. Nas eleições gerais de junho de 2004, um milhão de belgas votaram no partido - segundo analistas, motivados por um sentimento anti-imigrante e por medo do radicalismo islâmico.

Na Itália, o seqüestro de italianas por um grupo radical no Iraque serviu de pretexto para a extrema-direita ganhar espaço. Políticos do norte do país - tradicional reduto da direita - começaram até a usar uma velha lei da época de Mussolini que proíbe mulheres muçulmanas de usar burca ou chador em público. Foi o caso do prefeito de Biassono, Angelo de Biasio, da Liga do Norte, partido de extrema- direita. Ele não foi o único. Vários outros prefeitos da Liga do Norte fizeram o mesmo.

Biassono só tinha 40 muçulmanos numa população de 11 mil pessoas. E ninguém usava burca. Porém a população aplaudiu a medida do prefeito.

Mas nada se compara às provocações do ministro da Reforma italiano, Roberto Calderoli, da Liga Norte, que acabou demitido sexta-feira depois de muçulmanos atacarem a embaixada italiana na Líbia. O ataque foi atribuído às suas declarações. Depois de exortar o Papa Bento XVI a liderar os governos ocidentais numa cruzada contra os extremistas islâmicos, ele anunciou, quarta-feira, que encomendara camisetas com estampas com as charges de Maomé."

sábado, agosto 19, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Ha em Portugal quem faca eco infame da defesa dos islamo-fascistas, tal e qual uma quinta coluna que tenta minar o pensamento livre.

Autenticas k7s, teoricos de conspiracoes, falsos cristaos, laicos e ateus, mas defensores acerrimos do islamo-fascismo, apregoam a destruicao do estado de israel e dos judeus.

Poucas moscas ouvem esses ecos desgracados, mas que estao cheios de merda mal cheirosa, la isso estao.

Esta gente(?) esta a mais em Portugal e devem sair para o buraco de onde vieram (qualquer pais muculmano).

O Estado pode ser laico. Mas Portugal e um pais cristao.

sábado, agosto 19, 2006  

Enviar um comentário

<< Home

Divulgue o seu blog!