domingo, outubro 22, 2006

Comunicação social e a falência da justiça.

O caso Casa Pia demonstrou ao país a falácia da comunicação social. Escudada no interesse público, a generalidade dos órgãos de comunicação social não resistiu à instrumentalização das fontes e à tentação da violação do segredo de justiça. Como consequência dessa sucessão de atropelos deontológicos e violações do segredo de justiça, o Caso Casa Pia vai ficar em águas de bacalhau e o Apito Dourado, por arrasto, idem.


Certos jornalistas, especialmente os principais causadores desse insucesso, os tais que muito criticam as instituições por estas não funcionarem, são os primeiros a vir exigir a cabeça do PGR. A cabeça do homem que conseguiu melhorar o combate ao crime. Desdobram-se em teorias manhosas para explicar o por demais evidente. Evitar as respectivas condenações. Mas essas teorias, de tão grosseiras e estafadas, já não encontram eco na sociedade. Até mesmo no Portugal profundo. Com o efeito, para o cidadão comum, o jornalista é o abutre para quem a vida e a reputação dos outros são bocados de carreira, nada mais. Pior. Uma espécie de máfia corporativista, cujas teorias, utilizadas pelos seus máximos representantes, na defesa dos comportamentos nada deontológicos praticados pelos colegas, deixam a sociedade, no mínimo, divertida.

No actual jornalismo, as regras de camaradagem deram lugar às regras da abutragem e, quais verdadeiros vampiros, convertem o sangue das vítimas em picos de audiência. Azar da presa se dispuser de todos os critérios de notoriedade necessários para vender mais umas resmas de papel, ou alimentar mais umas horas de vazio televisivo. Apenas servem meses de convivência televisionada sendo depois cuspidos para o caixote do lixo.

Como resultado disso, o espectador assiste empolgado à vida mediática desde a criação do personagem, a sua exploração mediática náuseabunda, até chegar finalmente ao relato da sua queda. É o sonho e o sofrimento dessa gente que aumentam e salvam as audiências das TVs, e acima de tudo, a fortuna do senhor da Endemol, para quem a destruição moral e física das presas não existe.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

DE onde é o senhor da Endemol?
Os jornalistas são assalariados e o novel patronato manda que salvem os seus criados da política ou dos sectores que lhes interessam.
Num mundo de escravos, há os catamitos eos outros que t~em família a sustentar, o resultado é o mesmo.

segunda-feira, outubro 23, 2006  

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